Descrição
Com o avanço das estratégias de melhoramento genético voltadas à adaptação climática e à resistência a patógenos, os híbridos envolvendo Eucalyptus pellita têm ganhado destaque. No entanto, essa espécie ainda é pouco utilizada na indústria de celulose no Brasil, e sua viabilidade tecnológica precisa ser mais bem compreendida. Nesse contexto, foram avaliados sete clones híbridos de urograndis × pellita, selecionados para compor o novo pomar de hibridação da Veracel. O objetivo foi caracterizar a qualidade da madeira desses materiais para produção de celulose ao índice Kappa 18, relativamente às características típicas dos clones urograndis. As amostras, coletadas aos 7 anos de idade, foram analisadas quanto a RT (rendimento total), RD (rendimento depurado), AE (ácido hexenurônico), AA (alfacelulose), DB (densidade básica), teor de álcool-tolueno, umidade e ET (extrativos totais). A análise permite identificar materiais com potencial competitivo frente aos genótipos comerciais, além de revelar particularidades da contribuição genética de E. pellita. Os clones híbridos apresentaram valores de RD superiores à testemunha urograndis, com destaque para Clone6 (54,6%) e Clone5 (54,4%). A DB foi consistentemente mais alta nos híbridos, alcançando até 587 kg/m³ (Clone3), contra 463 kg/m³ da testemunha. Os valores de ET variaram entre 3,5% e 5,6%, valores favoráveis relativamente à testemunha (5,3%). Embora alguns clones tenham exibido AE levemente elevados, os teores de AA foram robustos, como nos Clones2 e Clone3 (23,1% e 23,3%, respectivamente), compatíveis com a testemunha (23,2%). O teor de álcool-tolueno foi inferior a 2,5% na maioria dos clones, exceto Clone4 (3,3%), enquanto a testemunha registrou 2,96%. Esses resultados indicam que os híbridos urograndis × pellita possuem qualidade de madeira igual ou superior à testemunha, especialmente em termos de DB, RT e RD. As diferenças encontradas entre clones reforçam a oportunidade em selecionar materiais com perfis industriais adequados às demandas específicas da fábrica. Conclui-se que a introdução de E. pellita nos cruzamentos com E. grandis × urophylla, além de ampliar a base genética e contribuir para a resiliência dos plantios, apresenta viabilidade tecnológica para uso industrial. A caracterização realizada fornece subsídios estratégicos para o uso dos novos genitores no pomar de hibridação, fortalecendo a integração entre melhoramento genético, qualidade da madeira e competitividade florestal na Veracel.
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