Descrição
A produção de Queijo Minas Artesanal (QMA) gera um grande volume de soro de leite. Este coproduto, rico em nutrientes, é frequentemente subutilizado, destinado principalmente à alimentação animal, o que representa uma perda econômica e um potencial passivo ambiental. Este estudo teve o objetivo de identificar as principais potencialidades de uso do soro de leite gerado nas queijarias produtoras de QMA. Para isso, foi realizado um estudo qualitativo, por meio de entrevistas em profundidade com especialistas da cadeia de lácteos. Os especialistas apontaram que um dos principais desafios para o aproveitamento do soro é uma barreira legal: a legislação vigente não permite o uso do soro de leite cru (não pasteurizado) para a elaboração de derivados. Isso exigiria do produtor um investimento em uma nova estrutura para processamento ou a adoção de uma pasteurização lenta artesanal. Apesar disso, indicaram como potencialidades viáveis a fabricação de produtos como: i) Manteiga: Considerada a opção mais viável, especialmente a "manteiga de garrafa" (tipo Ghee), que possui alto valor agregado; ii) Ricota: Um derivado clássico que pode ser valorizado com a adição de condimentos; iii) Bebidas Lácteas: Que podem ser saborizadas com frutas do próprio pomar, criando um produto com identidade regional; iv) Doces: Como o doce de leite, no qual o soro pode substituir parte do leite, sendo uma alternativa técnica e economicamente viável; e v) Produtos de Panificação: O soro pode substituir a água ou o leite em pães e pão de queijo, agregando valor nutricional. Conclui-se que o soro do QMA, apesar de subutilizado e dos desafios legais, possui grande potencial para agregação de valor na própria fazenda. A elaboração dos produtos sugeridos representa uma oportunidade para aumentar a renda familiar e promover a sustentabilidade, transformando um coproduto em um ingrediente valioso.
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