Descrição
A luxação traumática do cotovelo é uma das afecções musculoesqueléticas mais importantes em cães e gatos, sendo definida pelo deslocamento do rádio e ulna em relação ao úmero, associada a ruptura ou avulsão dos ligamentos colaterais. As manifestações clínicas incluem claudicação e dor à palpação do membro afetado e a principal causa é acidente automobilístico. Ocorre frequentemente na direção lateral pelo ligamento lateral ser mais forte e espesso que o medial e pelo epicôndilo umeral medial ser mais amplo que o lateral. Radiografias simples da articulação umerorradioulnar confirmam o diagnóstico e várias técnicas cirúrgicas são descritas para o tratamento, como coaptação externa, fixação interna e fixação esquelética externa transarticular. O objetivo é relatar as correções cirúrgicas por túneis ósseos transcondilares com suturas circunferenciais em dois cães e um gato com luxação lateral da articulação do cotovelo. Os animais apresentavam claudicação e histórico de atropelamento e foram atendidos no Setor de Clínica Cirúrgica e Anestesiologia de Animais de Companhia no Hospital Veterinário da UFLA. O paciente 1 era um canino, macho, castrado, SRD, de 2 anos, 30 kg, com claudicação em membro torácico esquerdo (MTE); o paciente 2 era um canino, macho, castrado, SRD, adulto, 19,5 kg, com claudicação em membro torácico direito e o paciente 3 era um felino, macho, não castrado, SRD, 6 meses, 2,5 kg, com claudicação em MTE. Após confirmação diagnóstica pelo exame de imagem, optou-se pela coaptação externa, sem sucesso, sendo necessária intervenção cirúrgica. Fez-se incisão caudolateral do terço distal do úmero até diáfise proximal da ulna, divulsão da fáscia e miotomia do músculo ancôneo próxima à inserção do tendão do músculo tríceps braquial. Realizou-se redução da luxação e confecção de túneis ósseos: no úmero, à altura do epicôndilo lateral; na ulna, à altura da incisura radial e distalmente à cabeça do rádio. Fios de fluorcarbono foram conduzidos pelos túneis com agulha 40x12 cm, conectando o epicôndilo umeral à ulna e ao rádio. Após tensionamento, confeccionou-se nó quadrado para estabilização articular, miorrafia, sutura subcutânea e dermorrafia. O diâmetro da broca para confecção dos túneis e dos fios foram os fatores que sofreram alteração, pela diferença de tamanho entre os animais, sendo que no úmero, na ulna e no rádio as brocas foram, respectivamente, de: 2,0 mm, 2,0 mm e 2,0 mm no paciente 1; 2,0 mm, 1,5 mm e 1,5 mm no paciente 2; e 1,5 mm, 1,0 mm e 1,0 mm no paciente 3; já os diâmetros dos fios foram de 0,8 mm para os pacientes 1 e 2 e 0,6 mm para o paciente 3. Radiografias pós-cirúrgicas imediatas e após 30 dias mostraram articulações congruentes e coaptadas, demonstrando que a técnica escolhida foi satisfatória para o tratamento.
| Selecione a modalidade do seu trabalho | Resumo Simples |
|---|