Descrição
Sesamum senecioides (Klotzsch) Byng & Christenh., antes classificada como Dicerocaryum senecioides (Klotzsch) Abels, popularmente conhecida em Moçambique como "Lilhelhua", de origem africana, pertence à família Pedaliaceae, amplamente encontrada nas regiões sul e sudeste de África. É uma erva anual rasteira, com folhas pequenas e pilosas, caules subglabros ou pubescentes e flores de 17–27 mm. Seus frutos, amplamente elípticos no contorno, medem 16–27 mm por 10–19 mm e com porção central elevada. É comum em áreas arenosas. A planta é, geralmente, utilizada fresca, logo após a colheita, embora também seja comercializada na forma desidratada e em pequenos molhos. O presente estudo teve como objetivo evidenciar aspectos etnobotânicos de S. Senecioides, por meio de uma revisão sistemática. A revisão foi realizada nas bases Scopus, Web Of Science, Pubmed e Google Académico, no mês de junho de 2025, a partir das palavras-chaves "Dicerocaryum senecioides" e "Dicerocaryum eriocarpum", com refinamento para artigos científicos. Foram encontrados 58 documentos e, após exclusão de duplicatas, 36 artigos foram analisados. Os achados indicam uma gama de usos e possibilidades medicinais com estudos relacionados ao crescimento capilar, como xampu herbal, permanente capilar/ mucilagem e antioxidantes em cosméticos. Outras espécies do género, demonstraram a atividade antifúngica, eficiência na biossorção de metais e defluoretação. Ficou ainda evidenciado que em países como Moçambique, África do Sul, Botswana e Malawi, suas folhas são aplicadas como xampu/condicionador e também preparadas em infusões ou decocções no tratamento de afecções respiratórias, dores e febre. Já no Zimbábue, aplica-se como condimento, no manejo veterinário e para estimular o crescimento capilar. S. senecioides é rica em saponinas, cujos testes químicos apontam como sendo responsáveis pela produção do precipitado tradicionalmente utilizado como xampu natural. Desse modo, conclui-se que a espécie possui diferentes usos etnobotânicos dependendo da região, mas é amplamente utilizada como sabão e xampu natural, além de seu apelo medicinal como remédio. A insipiência de evidências e suas potencialidades medicinais demandam mais pesquisas científicas com a espécie. Há lacuna de estudos clínicos humanos controlados para eficácia capilar, bem como ensaios de longo prazo sobre sua toxicidade. Seria relevante investigar formulações híbridas, combinar mucilagens modificadas com nanopartículas ou matrizes de liberação controlada, e avaliar a viabilidade comercial e sustentável da extração.
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