Descrição
A desnutrição é amplamente associada a piores desfechos clínicos em pacientes graves, devido ao hipermetabolismo e ao catabolismo acelerado que intensificam sua ocorrência. Sua incidência varia de 38% a 70% entre os hospitalizados, aumentando significativamente a morbimortalidade. Além do mais, essa condição pode agravar a internação hospitalar e dificultar o desmame da ventilação mecânica. O objetivo desse estudo foi avaliar o risco nutricional de pacientes em Centro de Terapia Intensiva (CTI) e verificar se há associação do risco nutricional com indicadores prognósticos. Trata-se de estudo observacional e prospectivo, incluindo pacientes >18 anos hospitalizadas no CTI de um hospital de médio porte, no município de Lavras-MG, no período de julho até setembro de 2025. O risco nutricional foi avaliado pela Nutritional Risk Screening (NRS-2002) e os indicadores prognósticos avaliados foram: permanência em unidade de terapia intensiva, o uso de ventilação mecânica (VM) e tempo de internação hospitalar (mensurados em dias), além da ocorrência de mortalidade durante a internação. Testes de normalidade, Mann-Whitney e qui-quadrado foram utilizados ambos no software IBM SPSS Statistics 22. Foram avaliados 40 pacientes, com distribuição equitativa entre os sexos. Os pacientes apresentaram idade média de 72 ±13 anos. Do total, 72,5% (n=29) foram classificados com risco nutricional e o percentual de mortalidade foi de 43,6% (n=17). A mediana de permanência no CTI foi de 6 (4–9) dias, uso de VM de 1 (0–7) dia, enquanto a mediana de tempo de internação hospitalar foi de 9 (6–14) dias. Pacientes com risco nutricional apresentaram maior mediana de permanência no CTI 7 (4–12) dias e de uso de VM 4 (0–8,5) dias, em comparação aos pacientes sem risco nutricional 4 (3–6) dias e 0 (0–0) dias, respectivamente; p < 0,001 em ambos os testes. Entretanto, não houve diferença significativa com relação ao tempo total e ocorrência de mortalidade durante a internação hospitalar entre pacientes com e sem risco nutricional (p=0,08 e p=0,07; respectivamente). Portanto, observou-se que o risco nutricional se correlaciona com desfechos clínicos desfavoráveis em pacientes gravemente enfermos principalmente na terapia intensiva, demonstrando ser um indicador relevante nesse cenário.
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