Descrição
O etileno é um hormônio vegetal fundamental na regulação das respostas a
estresses abióticos, como a deficiência hídrica, e variações na sensibilidade a esse
hormônio podem alterar a dinâmica fisiológica das plantas. Este estudo teve como
objetivo avaliar a influência da percepção de etileno na resposta fisiológica de plantas
de tomateiro (Solanum lycopersicum cv. Micro-Tom), comparando o genótipo selvagem
(WT) e o mutante parcialmente insensível ao etileno (Never ripe, Nr) sob deficiência
hídrica. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, em dois ambientes
distintos — substrato comercial e solo — considerados experimentos paralelos. As
plantas foram mantidas irrigadas até atingirem tamanho adequado e, então, submetidas à
suspensão da irrigação. As avaliações ocorreram diariamente do 3º ao 10º dia de
estresse, sendo determinados o conteúdo relativo de água (CRA), o enrolamento e o
murchamento foliar. As análises foram realizadas no RStudio (v. 4.4.0), com teste t para
comparação entre genótipos e visualização das interações temporais. No substrato
comercial, o CRA não diferiu significativamente entre genótipos, embora o WT tenha
mantido valores ligeiramente superiores; o enrolamento permaneceu estável até o 7º dia,
seguido por queda acentuada em Nr, enquanto o murchamento aumentou rapidamente
no WT e estabilizou, ao passo que Nr apresentou resposta inicial lenta e posterior
aumento acentuado. No solo, o CRA também não diferiu estatisticamente, mas foi
ligeiramente maior em Nr. O enrolamento diminuiu em ambos os genótipos, mais
bruscamente no WT, e o murchamento apresentou crescimento acentuado em Nr
seguido de estabilização, enquanto o WT mostrou resposta mais gradual. Esses
resultados indicam que a sensibilidade ao etileno influencia a velocidade e o padrão de
ajuste fisiológico ao déficit hídrico: o WT demonstra adaptação mais progressiva e
manutenção inicial da homeostase, enquanto Nr responde de forma mais abrupta e
desregulada. As diferenças entre substratos reforçam que o meio físico-químico
interfere na magnitude e no tempo das respostas ao estresse hídrico.
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