Descrição
A insegurança alimentar se dá quando não há acesso regular e permanente a alimentos, de forma quantitativa e qualitativamente suficiente para a sobrevivência. Estudos apontam associação de IA com subnutrição e obesidade, indicada pela ocorrência de doenças carenciais e também por alterações em padrões alimentares e parâmetros antropométricos que aumentam o risco de doenças cardiometabólicas (DCM). Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar a associação da IA e os parâmetros antropométricos de risco cardiometabólicos: Índice de Massa Corporal (IMC) circunferência da cintura (CC), circunferência do pescoço (C.Pesc) e relação cintura-estatura (RCE). Trata-se de um estudo transversal realizado com adultos assistidos pelo Banco Municipal de Lavras (BMAL), aos quais foram aplicados a Triagem para Risco de Insegurança Alimentar (TRIA), um questionário socioeconômico e aferidas as medidas antropométricas. Em domicílios com risco de IA moderada ou grave (analisados pela TRIA) aplicou-se também a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Para a análise estatística, com o uso do software JAMOVI versão 2.6.44, foi verificada normalidade com teste de Shapiro-Wilk e avaliadas as diferenças por Análise de Variância (ANOVA), em dados paramétricos, ou teste de Kruskal Wallis, em dados não-paramétricos. A associação em variáveis categóricas foi avaliada pelo teste Qui-quadrado. O nível de significância considerado foi de 5%, com um intervalo de confiança de 95%. Os resultados indicaram 82,5% (n=80) da composição amostral constituída por mulheres, 87,8% (n=79) afrodescendentes, com mediana de idade de 31 anos, e 66,7% (n=52) com renda familiar menor ou igual a um salário mínimo. Verificou-se que 56% (n=42) da população assistida pelo BMAL, vivia em domicílios com IA leve, 17,3% (n=13) em IA moderada e 10,7% (n=8) em IA grave. Dos adultos, 53,3% (n= 49) demonstraram IMC de excesso de peso e mais da metade risco de DCM, sendo elevados: CC em 58,9% (n=56), C.Pesc em 60% (n=57) e RCE em 60,4% (n=55). Além disso, nenhuma medida antropométrica contínua demonstrou associação significativa à EBIA. Sugere-se que por já se tratar de uma população em vulnerabilidade não se observou associação significativa entre as variáveis testadas. Logo, faz- se necessário a manutenção da assistência às famílias cadastradas ao BMAL bem como a elaboração de projetos que direcionem à melhora de padrões alimentares, bem como à prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
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