Descrição
Poema Lira Itabirana de Carlos Drummond de Andrade: análise e diálogo entre arte, interdisciplinaridade e formação continuada de professores de ciências.
Jorge Luís Thomaka Freire , Marco Túlio Jorge Cortez , Antonio Fernandes Nascimento Junior2, Laise Vieira Gonçalves Ribeiro2
Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Ambiental/ICN – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Caixa Postal 3037 – 37203-202 – Lavras, MG – Brasil
2Departamento de Biologia/ICN – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Caixa Postal 3037 – 37203-202 – Lavras, MG – Brasil
jorge.freire1@estudante.ufla.br, mtcortezz@gmail.com, antoniojunior@ufla.br, laiseribeiro@ufla.br
Resumo: Este trabalho é oriundo das discussões na disciplina Estudo e Desenvolvimento de Propostas de Ensino Interdisciplinares em Ciências do PPGECA da UFLA. O tema partiu da análise do poema de Carlos Drummond de Andrade: Lira Itabirana e os enunciados nele contidos objetivando propiciar um ensino-aprendizagem calcado na interdisciplinaridade a ser apresentado na formação continuada de professores.
Palavras-chave: Carlos Drummond de Andrade, Poemas, Interdisciplinaridade, Formação, Professores.
Abstract: This work arises from discussions in the discipline "Study and Development of Interdisciplinary Teaching Proposals in Sciences" of the PPGECA at UFLA. The theme was based on the analysis of Carlos Drummond de Andrade's poem "Lira Itabirana" and its statements, aiming to provide a teaching-learning process based on interdisciplinarity to be presented in continuing teacher education.
Keywords: Carlos Drummond de Andrade, Poems, Interdisciplinarity, Training, Teachers.
1. Introdução
Sobre Drummond muito já foi dito, escrito ou analisado considerando sua relevância histórica no contexto cultural e político nacional. Trata-se de autor cuja trajetória foi marcada, entre outras, pela crítica à exploração mineral do Brasil, em especial de Itabira/MG onde nasceu no início do século XX. Entre suas inúmeras obras que permearam as várias fases do seu trabalho, Lira Itabirana (1983) se destaca por conter uma veemente, mas ao mesmo tempo sutil crítica à exploração mineral estrangeira das riquezas naturais brasileiras. Igualmente, o autor já ressaltava as consequências sociais daquela expropriação e a crise econômico-financeira pela qual passava o Brasil no início da década de 80. Por fim, o poeta faz menção, já na primeira estrofe do poema, ao Rio Doce que emprestava o nome à então mineradora estatal, Vale do Rio Doce.
Com todos esses elementos plasmados na obra do poeta já em sua última fase, é possível trabalhá-los na formação continuada de professores de ciências por meio da interdisciplinaridade. Neste caso, propícios os ensinamentos de um dos expoentes sobre o tema no país, o Prof. Dr. Hilton Ferreira Japiassu (1934-2015). Para Japiassu (1976) a interdisciplinaridade era um processo de diálogo entre as disciplinas e já surgia, naquela época, como oposição sistemática ao tipo tradicional de organização do saber, tornando-se meio de resistência a enfrentar a multiplicação desordenada das inúmeras especialidades e das linguagens particulares, e por que não dizer excludentes, das ciências (JAPIASSU, 1976). A interdisciplinaridade e sua aplicabilidade no ensina das ciências torna sua abordagem e análise relevantes neste trabalho à medida em que a educação em ciência enfrenta um novo e enorme desafio, em especial com mais um “novo” ensino médio promovido pela Política Nacional de Ensino Médio instituída pela Lei 14.945/2024 com início de implementação neste ano de 2025. Assentadas aquelas premissas, coube a este trabalho apresentar o poema de Drummond como sendo apto a colaborar na formação continuada de professores de ciências baseado na interdisciplinariedade entre os vários eixos nele contidos, tais como econômico, social, ambiental, político e histórico.
-
Metodologia
Analisar um poema e trabalhá-lo em sala de aula a fim de promover um diálogo interdisciplinar, sem instrumentalizar os inúmeros conceitos e inferências nele contidos, merece uma especial atenção dos professores. A metodologia de pesquisa qualitativa se mostra, sem dúvidas, a que melhor alcança aquele objetivo utilizando-se da análise de conteúdo a fim de identificar e extrair os significados implícitos e explícitos impregnados no poema Lira Itabirana.
Aquela análise visa por meio de um procedimento sistemático e tripartido decodificar os sentidos postos pelos sujeitos aos seus discursos articulando-os com os objetivos da pesquisa (BARDIN, 2011).
Portanto, mais do que simplesmente descrever as mensagens implícitas e explícitas contidas naquele poema, forçosa a reconstrução interpretativa ancorada teoricamente.
Neste caso o poema passou por uma análise na qual foram encontrados conceitos científicos suficientes e aptos a mediarem o ensino de ciência a ser promovido pelos professos em sala de aula, num contexto pedagogia histórico-crítico desenvolvido por Dermeval Saviani em sua obra Escola e democracia lançada originalmente em 1984. -
Multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, transdisciplinaridade e interdisciplinaridade
Prestes a completar 50 anos do lançamento do livro Interdisciplinaridade e Patologia do Saber (JAPIASSU, 1976) torna-se obra importante do ponto de vista epistemológico para, analisarmos se seria adequado trabalharmos com aquele poema no ensino de ciências, sem instrumentalizá-lo e, por conseguinte, servir à formação continuada de professores.
Japiassu, àquela época, destacava que o termo interdisciplinar era um neologismo no sentido de ainda não possuir uma definição epistemológico única e estável (JAPIASSU, 1976). Neste trabalho não iremos adentrar a uma profunda análise sobre os inúmeros conceitos e significados acerca da interdisciplinaridade.
É suficiente, por ora, que para o autor a compreensão sobre aquele novo vocábulo perpassava pela compreensão de outros termos nele contidos, v.g. o termo disciplina. Este, estão, abarcaria o sentido de ciência e, por consequência, disciplinaridade nada mais seria do que a exploração científica especializada de determinado domínio homogêneo de estudo.
Quanto aos demais termos multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade o autor apenas os admitia com o fito de servirem a melhor compreensão daquele primeiro. A multidisciplinaridade sofria críticas de Japiassu por evocar apenas uma justaposição dos recursos de várias disciplinas afastando dois elementos essenciais da interdisciplinaridade, quais sejam, o trabalho coordenado e em equipe.
Portanto, a interdisciplinaridade se diferiria dos demais conceitos, pois que nela deverá haver uma intensa troca entre os especialistas e um grau considerável de integração verdadeira das disciplinas que funcionassem no bojo de um projeto de pesquisa. Não bastaria a justaposição de dados sem coordenação ou integração metodológica, pois deste modo estaríamos a falar apenas de multi- ou pluridisciplinaridade. Para haver a interdisciplinaridade é condição sine qua non que as disciplinas envolvidas deixem o processo dialógico enriquecidas umas pelas outras a ponto de se integrarem e convergirem, após serem comparados e julgados (JAPIASSU, 1976). Piaget (1972), em sua obra L'épistémologie des relations interdisciplinaires destacava que a interdisciplinaridade deixava de ser um mero produto de ocasião para conceber-se como condição do próprio progresso das pesquisas nas ciências humanas.
Não obstante, foi o próprio Piaget quem ultrapassou aqueles três termos (multi-, pluri- e inter-) e suas definições epistemológicas criando o termo transdisciplinar (PIAGET, 1972 apud JAPIASSU, 1976, p.75 e 76).
Entretanto, quanto a transdisciplinaridade vir a ser posta em prática, o próprio Piaget reconhecia ainda estar no campo dos sonhos, longe da realidade daquela época. Decorrido mais de 50 anos, a despeito de inúmeros esforços pode-se verificar que ainda não se tornou uma realidade no ensino.
É cediço que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) dispensa maiores apresentações dada sua inafastável relevância para cultura brasileira. O que escrever sobre alguém de tamanha envergadura quando todos já se debruçaram e esmiuçaram suas obras.
A específica escolha do poema Lira Itabirana se deu porque nele encontra-se imbricado elementos como economia, política, sociologia e um forte preocupação ambiental.
. -
Poemas Lira Itabirana
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) dispensa maiores apresentações dada sua inafastável relevância para cultura brasileira. O que escrever sobre alguém de tamanha envergadura quando todos já se debruçaram e esmiuçaram suas obras.
Lira Itabirana foi um poema de Drummond publicado pela primeira vez em 1983 e não em 1984 como algumas fontes indicam, isso se deu quase quatro anos antes da sua morte. A específica escolha do poema se deu porque nele encontra-se imbricado elementos como economia, política, sociologia e um forte preocupação ambiental. Naquela fase do poeta, estava consolidada a sua luta em forma de resistência face a exploração das riquezas nacionais que beiravam às raias da expropriação, com foco todo especial em sua cidade natal, Itabira/MG.
O poema nunca fez parte de qualquer livro de poesia de Drummond, fato que até levantou dúvidas acerca de ter sido dele a autoria. Contudo, esta foi confirmada ao se verificar que o poema havia sido publicado pela primeira vez no jornal O Cometa Itabirano n.º 58 em dezembro de 1983.
A seleção deste poema se deu em função dos inúmeros elementos e as referências com os quais o poeta trabalhou e criou a obra. Pensando em interdisciplinaridade e a formação continuada de professores de ciências, o poema amolda-se perfeitamente ao objetivo almejado.
Já na primeira estrofe Drummond faz referência ao Rio Doce, cujo nome complementava o nome da, então, empresa mineradora estatal Vale do Rio Doce. “O Rio? É doce. A Vale? Amarga. Aí, antes fosse mais leve a carga...”
Há inúmeros elementos nesta estrofe com os quais os professores poderão trabalhar em sala de aula no ensino de ciências, são eles: o eixo econômico, social, ambiental, político e histórico. Ao fazer referência entre os vocábulos antônimos “doce” e “amargo” e entre o “Rio” e a “Vale”, respectivamente, o poeta por meio da metáfora atribui à Vale uma característica depreciativa, uma vez que ela era, e ainda é, a empresa responsável pela mineração na região.
Em seguida, o poeta faz referência à “carga” permitindo um duplo sentido: o primeiro, à carga como resultado da exploração mineral; e o segundo, como sendo a forte carga emocional de ter que conviver com os efeitos deletérios da mineração.
Portanto, perfeitamente possível aos professores trabalharem o contexto histórico-político e geográfico do porquê, na visão do poeta, a Vale era “amarga” trazendo à discussão o papel da empresa estatal na época.
No eixo histórico-político destaca-se a fundação da Vale em 1942 no governo de Getúlio Vargas com o objetivo de explorar as riquezas minerais do quadrilátero ferrífero, região localizada no centro-sul do estado de Minas Gerais e com extensão territorial de aproximadamente sete mil quilômetros quadrados, é formado pelas cidades de Sabará, Rio Piracicaba, Congonhas, Casa Branca, Itaúna, Itabira, Nova Lima, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto, entre outras.
Para Drummond a “carga” advinda da nociva exploração mineral promovida pela estatal tinha o potencial de trazer mais malefícios do que as divisas, provenientes da venda do minério no mercado estrangeiro, as quais poderiam propiciar o bem-estar social aos moradores da região e do país.
Prossegue Drummond com a crítica. Na segunda estrofe do poema ao ressaltar os “ais” decorrentes da exploração mineral estatal e venda do minério às empresas multinacionais estrangeiras. “...Entre estatais e multinacionais, quantos ais!...”.
Uma vez mais, o contexto histórico-crítico e econômico pode ser abordado pelos professores em sala de aula. A Vale do Rio Doce seguiu como empresa estatal até 1997 quando no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso foi privatizada pelo valor de apenas R$ 3,3 bilhões [1], considerado por analistas um preço vil, dado o potencial da empresa. Curiosamente, a nova companhia apenas com o nome de VALE S.A (VALE3) encerrou 2024 com um lucro líquido de R$ 31,59 bilhões. Naquele mesmo ano a companhia possuía um ativo total de R$ 496,33 bilhões e um patrimônio líquido de R$ 213,72 bilhões [2] demonstrando que desestatização teve potencial de causar um enorme prejuízo ao erário.
Outro eixo a que nos remete a terceira estrofe do poema é o econômico. Com ele é possível ser trabalhado em sala de aula, não somente o contexto histórico do país naquela época, mas, igualmente, o cenário político-econômico. “... A dívida interna. A dívida externa. A dívida eterna...”.
Não é demais lembrar que em 1983 havia forte turbulência acerca da dívida pública externa e interna brasileira. O Brasil se encontrava numa difícil situação cambial e econômica no início dos anos 80. No dia 20 de dezembro de 1982 o Brasil recorreu ao FMI (Fundo Monetário Internacional) se reuniu com o governo norte americano e os maiores credores externos no Hotel Plaza em Nova Iorque. O objetivo era apresentar o denominaria Plano Brasileiro de Financiamento e obter um empréstimo de US$6 bilhões, tendo sido concluído e assinado em 25 de fevereiro de 1983 quando foi anunciado à comunidade financeira internacional [3]. Entretanto, o plano fracassou ao logo de sua implementação e aquele período foi chamada de década perdida.
Ora, Drummond passou a vida no serviço público e em 1934 mudou-se então para o Distrito Federal da época, onde hoje está localiza a cidade do Rio de Janeiro. Como servidor público e homem crítico que era, podíamos esperar que ele se angustiasse ao ver a exploração mineral desenfreada no país que gerava enorme riqueza e, em contrapartida, vivia o galopante endividamento brasileiro, fomentando uma dívida interna e externa que ele tratou de plasmar no poema como dívida eterna. Passados 42 anos as dívidas interna e externa ainda estão a levar nossas “montanhas” de riquezas sem que diminuam na mesma proporção. O poeta estava certo.
Assim, com esses dados que exsurgem de uma análise da terceira estrofe, os professores possuem inúmeros elementos possíveis de serem trabalhados em sala de aula, objetivando um ensino-aprendizagem interdisciplinar, sem a indesejável instrumentalização do conteúdo. Levar aos alunos conceitos de economia, história e política, articulados por meio de um poema é trazer para a prática pedagógica a interdisciplinaridade e a pedagogia histórico-crítica. A PHC surgiu como proposta teórica e metodológica voltada à formação consciente do indivíduo se opondo às teorias pelas quais a escola é vista como mera reprodutora (reprodutivistas) das desigualdades sociais (SAVIANI, 1991). Embora já fossem encontradas em obras anteriores de Saviani, a PHC recebeu seus fundamentos e nome definitivos em 1984, coincidentemente, meses após a publicação do poema de Drummond em dezembro de1983. Tornou-se referência na resistência contra as privatizações e de luta em defesa da classe trabalhadora da época.
Sendo ambos contemporâneos, é perfeitamente possível analisar a década de 80 e a subsequente, como tendo sido extremamente difícil para a classe trabalhadora do ponto de vista econômico e social. Estes dois aspectos são encontrados e podem ser trabalhados em sala de aula, a partir daquela terceira estrofe, procurando provocar no aluno um despertar para uma educação transformadora.
Finalmente, a última parte do poema evidencia, com maior intensidade, dois elementos cuja preocupação o poeta bem ressalta, são elas: o comportamento submisso do país frente a dominação econômica estrangeira da época e as consequências sociais oriundas daquela submissão. “...Quantas toneladas exportamos de ferro? Quantas lágrimas disfarçamos sem berro?”
Com perguntas retóricas Drummond, do alto dos seus 81 anos vividos próximos às oligarquias brasileiras, mas sem compactuar com elas, revela com propriedade as dores com as quais sofriam emudecidas a classe trabalhadora e a população em geral, sob o julgo do capital. De certo que as questões das ciências sociais, mormente a luta de classes são passíveis de serem trabalhadas no bojo da interdisciplinaridade em sala de aula. A estrofe permite e, até remete à esta análise, sendo a referência de “Quantas lágrimas disfarçamos sem berros” uma clara alusão à subjugação do país pelo capital estrangeiro. -
Conclusão
Com o poema de Drummond: Lira Itabirana pôde-se verificar e trabalhar com inúmeros conceitos de ciências baseados no que o autor disse ao longo do texto. Por meio da análise de conteúdo de Bardin, foi-nos apresentada a possibilidade de dialogar por uma perspectiva interdisciplinar nos moldes defendidos por Japiassu. É a poesia como forma de conhecimento que traz em si a possibilidade de apoderamento de novos saberes.
Por sua vez, a pedagogia histórico-crítica de Saviani desenvolvida na mesma época da publicação do poema, igualmente, pode auxiliar e propiciar a problematização de vários eixos científicos encontrados e plasmados na obra, viabilizando aos professores contextualizarem e de forma interdisciplinar trabalhar o ensino de ciências no âmbito da sala de aula, uma vez que o professor é o mediador entre o saber elaborado e a realidade do aluno, promovendo nele uma consciência crítica.
Esta conclusão assemelha-se ao óbvio ululante, mas, por vezes, esquecida diante de tantos desafios enfrentados no ambiente do ensino, em especial, nas salas de aula. Como dito ainda na introdução o ensino médio, uma vez mais, passa por outra “nova” reforma cujos efeitos e frutos são incertos, haja vista que não se trata de um aprimoramento da reforma anterior, mas, tão somente, um novo remendo num tecido já puído pelo tempo.
- Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
JAPIASSU, H. F. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
PIAGET, J. L'épistémologie des relations interdisciplinaires, in OCDE, L'interdisciplinarité. 1972.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
[1] Venda da Companhia Vale do Rio Doce - Governo Fernando Henrique Cardoso
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc070513.htm Acesso em: 11 jul. 2025.
[2] Balanço Vale S/A
https://br.advfn.com/bolsa-de-valores/bovespa/vale-on-VALE3/balanco Acesso em: 11 jul. 2025.
[3] Plano Brasileiro de Financiamento
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/divida-externa-2#:~:text=Em%201984%20o%20PIB%20cresceu,%2C8%20bilh%C3%B5es%2C%20em%201983. Acesso em: 11 jul. 2025.
| Selecione a modalidade do seu trabalho | Resumo Expandido |
|---|