Descrição
A região do Serro é tradicionalmente reconhecida pela produção do Queijo Minas Artesanal (QMA), um produto típico que se destaca pelo seu sabor único, textura cremosa e aroma característico. Os microrganismos presentes no leite desempenham um papel fundamental na produção do queijo, impactando diretamente sua composição, o que reflete no sabor, na textura e no rendimento do QMA. Além disso, influenciam a qualidade higiênico-sanitária do leite e podem afetar a segurança do alimento. Diante desse cenário, foi realizada uma ação extensionista em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG). O objetivo da ação foi identificar os agentes causadores de mastite presentes no leite cru utilizado na produção do QMA, para, posteriormente, correlacioná-los com as medidas de controle já adotadas pelas fazendas e criar estratégias de manejo de acordo com os resultados da cultura microbiológica. Para isso, foram coletadas amostras de leite em 30 fazendas da região do Serro, sendo que, em cada fazenda, foram obtidas 15 amostras de leite individual. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório Integrado de Saúde Animal e Saúde Coletiva da UFLA (LISASC/UFLA), onde foram submetidas à análise microbiológica (Adaptado de Laboratory Handbook on Bovine Mastitis, 2017) para o diagnóstico dos agentes causadores de mastite. Com base na cultura microbiológica, o agente com maior prevalência foi Staphylococcus aureus (35,79%), seguido de Staphylococcus não-aureus (18,49%). Além disso, Streptococcus agalactiae (5,96%), Streptococcus uberis (5,17%) e Streptococcus dysgalactiae (2,39%) juntas representam 13% dos casos observados. Outros microrganismos foram isolados em baixa frequência, como Corynebacterium spp. (1,59), bacilos Gram-positivos (2,39%), Pseudomonas spp. (0,40%), Enterobacter spp. (0,20%), Pasteurella spp. (0,20%) e Escherichia coli (0,20%), embora menos prevalentes, não devem ser desconsiderados. A elevada ocorrência de S. aureus e de Staphylococcus não-aureus evidencia a necessidade de monitoramento constante da qualidade do leite cru destinado à produção do QMA na região do Serro. A identificação desses e de outros agentes reforça a importância da cultura microbiológica como ferramenta para subsidiar decisões voltadas à prevenção e controle da mastite, com o intuito de promover saúde ao rebanho, valorização do produto e segurança do alimento aos consumidores.
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