Descrição
Determinada pela expansão da fronteira agrícola, Matopiba é uma região composta pelos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A maioria dos casos de malária ocorre na região Amazônica, Maranhão/Tocantins. Porém, nos casos na região Extra-amazônica, Piauí/Bahia, observa-se maior letalidade que na área endêmica. Com o objetivo de avaliar a correlação temporal da frequência absoluta de casos de malária do Matopiba de 2003 a 2023, foi realizada análise de séries temporais por estados. Foram obtidos dados secundários dos casos confirmados de homens de 15-60 anos de idade, considerando o contexto de trabalhadores do campo. Utilizou-se o software Gretl para análise das séries temporais. Para os estados Maranhão e Tocantins foram coletados dados anuais divididos em dois sistemas registrados pelo Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária):1.DATASUS- 2003-2011 e 2.Painel do Ministério da Saúde-2012-2023. No Maranhão foi observada divergência nos dados disponibilizados pelas diferentes plataformas oficiais, portanto a análise foi realizada separadamente. No primeiro momento, 2003-2011, identificou-se uma tendência crescente de 1,52 no número de casos e o melhor modelo foi o ARIMA (6,0,0). No segundo momento, 2012-2023, houve uma correlação significativa com o tempo e uma tendência de redução de 32,21 no número de casos com o modelo ARIMA (2,3,0,2). No Tocantins não houve incompatibilidade na coleta de dados, realizando-se uma única série temporal, 2003-2023, que não apresentou tendência significativa. A média foi de 3 casos/ano e 2017 apresentou maior número de casos (18). Nos estados Piauí e Bahia foram utilizados dados mensais de 2003-2023 registrados pelo Sistema de Notificação de Agravos de Notificação SINAN/DATASUS. No Piauí não houve sazonalidade e identificou-se 4 pontos de intervenção em junho/julho 2004, julho 2005, julho 2010 e abril 2011, apresentando-se acréscimo de 14, 9, 10 e 5 casos em relação à média, respectivamente. O modelo ajustado foi o ARIMA (1,3,11,0,0) e não apresentou tendência significativa. Na Bahia também não houve sazonalidade significativa, mas foi identificada uma fraca tendência de redução de 0,009 casos ao mês no modelo ARIMA (1,1,0). Encontrou-se 4 pontos de intervenção em julho 2003, maio 2010, janeiro/fevereiro 2018 e junho/julho 2021 com acréscimo de 21, 8, 15 e 2 casos, respectivamente. Será realizada análise espacial para testar a correlação dos casos de malária com o desmatamento na região. Agradecimentos: Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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