Descrição
O krill antártico Euphausia superba Dana, 1850 é essencial para os ecossistemas marinhos únicos da Antártica por conta de sua relevância ecológica. Durante o inverno, a cobertura do gelo marinho é um importante fator para determinar a dieta desses crustáceos. Nessa espécie, adultos e juvenis apresentam diferenças no uso do habitat, na associação com o gelo marinho e na demanda energética. Dessa forma, as dietas de adultos e juvenis tendem a ser distintas. No entanto, a alimentação do krill antártico durante o inverno ainda é pouco compreendida e ainda há lacunas de conhecimento a serem preenchidas. Diante disso, este estudo objetivou verificar se há diferença significativa na dieta entre indivíduos adultos e juvenis no inverno. As coletas ocorreram entre junho e julho de 2022 na Península Antártica e nas Ilhas Órcades do Sul. Em laboratório, foram selecionados aleatoriamente 45 adultos e 45 juvenis. Em seguida, os estômagos foram retirados, o grau de repleção foi determinado e as lâminas com o conteúdo estomacal foram analisadas sob microscópio. Na última etapa, foi realizada a identificação dos itens alimentares e a determinação do volume ocupado por cada item, o qual foi utilizado para o método dos pontos e as análises estatísticas. Como resultado, não foi observada diferença significativa na dieta entre adultos e juvenis. Os principais recursos consumidos por ambos foram tintinídeos e copépodes. O consumo desses itens pelos adultos ocorreu devido a tendência de os indivíduos maiores apresentarem uma dieta carnívora. Enquanto isso, a baixa ocorrência de diatomáceas em estômagos de juvenis pode ter sido ocasionada pelo aquecimento global, uma vez que o aumento de temperatura vem provocando diminuição tanto do gelo marinho quanto de diatomáceas, algas e demais biota associada a esse gelo. Dessa forma, os juvenis consumiram itens alimentares alternativos para sobreviver. Assim, conclui-se que, durante o inverno, adultos e juvenis de krill antártico apresentam dietas semelhantes baseadas principalmente em tintinídeos e copépodes. Ademais, diante do aquecimento global, faz-se necessário estudos que verifiquem as mudanças na alimentação do krill e os efeitos sobre os ecossistemas antárticos.
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