Descrição
Pyrostegia venusta é uma liana trepadeira, popularmente conhecida como cipó-de-são-joão. Suas flores, geralmente de cor laranja, raramente amarela. Trata-se de uma espécie nativa do Brasil, com ocorrência em ambientes que variam de higrófilos a mesófilos. O objetivo deste estudo foi caracterizar a anatomia foliar de P. venusta em dois ambientes distintos da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Folíolos do terceiro nó foram coletados no Horto Botânico e no Centro de Convivência, armazenados em álcool 70% e processados no Laboratório de Anatomia Estrutural da UFLA para a confecção de lâminas histológicas semipermanentes. Cortes paradérmicos e transversais foram tratados, corados com safranina e safrablau, e as imagens obtidas através de uma câmera acoplada a um microscópio óptico. Na face adaxial, as células epidérmicas são poligonais, com paredes levemente sinuosas no HB e mais espessas e retas no CC. Observam-se tricomas tectores multicelulares (2–3 células) e tricomas glandulares peltados em depressões da epiderme, em vista transversal. Na face abaxial, as células epidérmicas têm paredes sinuosas, com estômatos anomocíticos, além dos mesmos tipos de tricomas. O folíolo possui nervura mediana com epiderme unisseriada, cutícula delgada e numerosos tricomas tectores de ponta fina. Abaixo, há 2–3 camadas de colênquima anelar em ambas as faces e 5–7 camadas de parênquima clorofiliano. No CC, ocorrem feixes de fibras esclerenquimáticas mais lignificadas ao redor do feixe vascular colateral, enquanto no HB aparecem células parenquimáticas entre o xilema. O mesofilo é dorsiventral, e os feixes vasculares são colaterais, com bainha parenquimática ou, em alguns casos, esclerenquimática. Este estudo revelou diferenças anatômicas foliares em Pyrostegia venusta entre os dois ambientes da UFLA. As variações incluem a presença de fibras esclerenquimáticas mais lignificadas no Centro de Convivência (CC) e células parenquimáticas do xilema no Horto Botânico (HB). Adicionalmente, as paredes celulares da epiderme na face adaxial são levemente sinuosas no HB e mais espessas e retas no CC. Essas diferenças indicam uma plasticidade anatômica da espécie como resposta a microambientes distintos.
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