Descrição
O algodoeiro (Gossypium sp.) está entre as mais importantes fibras do mundo. No Nordeste, já foi considerada uma das principais culturas agrícolas, contribuindo para o desenvolvimento da economia local. Na década de 80, o cultivo do algodoeiro entrou em declínio na região, porém nos anos 2000, o cultivo do algodão foi retomado baseado em princípios agroecológicos. Assim, empresas de pesquisa e extensão rural fundaram as redes de algodão agroecológico, havendo a participação de agricultores, técnicos, ONGS e empresários. Com o intenso intercâmbio entre essas organizações e empresas do mercado do algodão, seguindo as bases agroecológicas e de comércio justo, otimizou-se a troca de informações sobre práticas de cultivo e beneficiamento. Logo as primeiras áreas de produção foram certificadas e então o algodão passou a ser comercializado com selo de certificação orgânica. Em 2022, mais de mil famílias da agricultura familiar na região Nordeste produziram mais de 255 toneladas de algodão com certificação orgânica participativa e em transição. A área de produção abrange os estados da Paraíba, Ceará, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, porém, Minas Gerais também vem se destacando no cultivo, principalmente na região do semiárido mineiro. A adoção de um manejo eficiente, junto com boas práticas de combate e/ou convivência com pragas do algodoeiro, uso de variedades precoces e de fibra colorida, redução de uso de agroquímicos, comercialização da pluma com preço justo, acesso a insumos, uso de sistemas agroalimentares e assistência técnica qualificada, foram fatores cruciais para o aumento da produção. Ainda é necessária a contínua busca por inovações tecnológicas e sociais, investimentos e criação de parcerias visando a melhoria da produção de pluma orgânica. Apesar dos desafios, a cultura do algodoeiro orgânico tornou-se uma realidade concretizada e de grande potencial para a região Nordeste, graças ao acúmulo de resultados de pesquisas, como também de experiências dos envolvidos em todos os processos, principalmente os agricultores.
Palavras-chave: Semiárido, Gossypium, orgânico
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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