Descrição
Os caiçaras, povos tradicionais habitantes do litoral que se estende do Rio de Janeiro ao Paraná, possuem extenso conhecimento sobre a biodiversidade local, além de possuírem uma relação cultural com o ambiente. Dependem, em sua maioria, da agricultura e da pesca para sua renda e subsistência. Frente às mudanças climáticas, os impactos antrópicos na biodiversidade marinha e o aumento da pesca industrial, comunidades caiçaras estão criando estratégias alternativas de geração de trabalho e renda. A maricultura, produção de seres aquáticos, aparece então como uma alternativa para a produção de alimentos, promovendo segurança alimentar e geração de renda. Assim, este trabalho teve como objetivo identificar e analisar a transição de uma economia baseada na pesca para uma economia baseada na maricultura, que contou com o apoio da Associação dos Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha (MAPEC). Para tanto, foi realizado um levantamento exploratório sobre a Associação. A MAPEC foi criada em 2000 com o objetivo de organizar as atividades desenvolvidas pelos pescadores e maricultores, principalmente no que se trata da regularização da prática da maricultura. Atualmente, conta com 17 maricultores associados e duas fazendas de produção. Identificou-se que a prática da maricultura na região se deu especialmente pelo declínio do estoque pesqueiro, entretanto, notou-se que os mais jovens, ou seja, netos e filhos dos pescadores artesanais são os mais adeptos desta atividade. Além disso, em 2020, também como forma de suprir as necessidades advindas do declínio da pesca, foi iniciado o Turismo de Base Comunitária (TBC), que até os dias atuais contribui com a geração de renda e com a valorização da cultura local.
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