Descrição
A cultura do feijão apresenta baixa disponibilidade de herbicidas registrados para aplicação em pré-emergência. Nesse contexto, objetivou-se avaliar a seletividade de diferentes herbicidas pré-emergentes em três cultivares de feijão-comum. O experimento foi conduzido no Centro de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia (CDTT/UFLA), em Ijaci, Minas Gerais, na safra 2024/25. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial (13 × 3), com quatro repetições. O primeiro fator correspondeu a onze herbicidas aplicados em pré-emergência, isolados ou em associação, sendo: Flumioxazina + Piroxasulfona; Flumioxazina + Imazetapir; S-metolacloro + Fomesafen; Flumioxazina + S-metolacloro; Etoxissulfurom; Flumioxazina; Piroxasulfona; Imazetapir; S-metolacloro; Pendimetalina; Linurom; além de duas testemunhas, com e sem capina mecânica. O segundo fator correspondeu a três genótipos de feijão-comum: IAC 1850, BRSMG Marte e TAA Mahré. Cada parcela foi composta por cinco linhas de seis metros, espaçadas em 0,6 m, sendo considerada área útil cinco metros das três linhas centrais. Aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA) realizaram-se avaliações visuais de fitotoxicidade e de controle de plantas daninhas na área útil da parcela. Após a colheita, avaliou-se o peso de 1000 grãos (PMG) e a produtividade. Os dados foram submetidos à análise de variância. As médias dos herbicidas foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott e as das cultivares comparadas pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05), utilizando-se o software Sisvar®. Para fitotoxicidade aos 7 e 28 DAA, PMG e produtividade, houve interação entre os fatores. Para fitotoxicidade aos 14 e 21 DAA, o efeito foi significativo apenas para herbicidas. O controle de plantas daninhas aos 7, 14, 21 e 28 DAA apresentou significância apenas para os fatores isolados. A mistura Flumioxazina + Piroxasulfona provocou os maiores sintomas de fitotoxicidade em todas as avaliações e cultivares, enquanto os demais herbicidas causaram sintomas leves ou ausentes. Aos 28 DAA, os herbicidas Flumioxazina + Piroxasulfona, S-metolacloro + Fomesafen, Imazetapir e Flumioxazina proporcionaram controle de plantas daninhas semelhante a testemunha capinada, média de 91%, percentual considerado excelente, de acordo com a escala. As moléculas Flumioxazina, Imazetapir, Pendimetalina e Flumioxazina + Imazetapir apresentaram as maiores médias de PMG na cultivar TAA Mahré, seguidas pelos demais tratamentos, que se igualaram às testemunhas. Para a cultivar IAC 1850, maior PMG foi verificado nas parcelas de feijão com o herbicida Linurom, enquanto. Etoxissulfurom, Pendimetalina e Piroxasulfona reduziram o PMG em relação às parcelas testemunhas. Na cultivar BRSMG Marte não houve diferenças significativas entre herbicidas, embora tenha apresentado as maiores médias de PMG entre as cultivares, seguida por TAA Mahré e IAC 1850. Quanto à produtividade, o herbicida Linuron não reduziu os rendimentos em nenhuma das cultivares, ao passo que Flumioxazina + Piroxasulfona reduziu a produtividade de todas. A cultivar BRSMG Marte e TAA Mahré demonstrou maior tolerância aos herbicidas, seguida por IAC 1850, que apresentaram, respectivamente, sete e seis herbicidas que não reduziram a produtividade em relação à testemunha capinada. Portanto, os herbicidas apresentaram seletividade diferenciada entre as cultivares avaliadas, sendo o Linuron promissor para aplicação em pré-emergência nos três genótipos de feijão estudados.
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