Descrição
O estudo analisa como a personalização algorítmica influencia o processo decisório dos consumidores em ambientes online. Conforme apontam Raji et al. (2024), a personalização algorítmica tem um impacto direto nas percepções do consumidor, influenciando o que ele considera desejável, necessário ou oportuno. Entretanto, ainda que os sistemas de recomendação promovam conveniência e agilidade na experiência de consumo, eles também levantam dilemas importantes relacionados à percepção de autonomia, privacidade e confiança por parte dos usuários. Segundo Mahmud et al. (2022), a rejeição a sistemas algorítmicos pode estar relacionada a fatores como aversão à opacidade dos processos, falta de explicabilidade e ausência de percepção de justiça nas decisões geradas. Assim, a pesquisa realiza uma revisão integrativa da literatura do período de 2020 a 2024 nas bases de dados Web of Science, Scopus e ScienceDirect, totalizando 99 estudos, dos quais 10 foram selecionados para análise final. Os resultados evidenciam que a personalização pode gerar efeitos positivos, como maior conveniência, engajamento e eficiência na tomada de decisão. No entanto, também revelam um conjunto de reações ambivalentes ou até adversas por parte dos consumidores, especialmente quando a intervenção algorítmica ultrapassa limites éticos, psicológicos ou perceptuais. A aceitação da inteligência artificial como agente decisório está condicionada a fatores como a percepção de justiça (Mahmud et al., 2022), transparência (Shin, 2020), controle (Kim, 2023) e empatia (Pathak e Bansal,2024). Além disso, variáveis individuais, como o perfil do consumidor (Wasilewski e Kolaczek, 2024) e sua disposição à delegação de decisões (Pathak e Bansal, 2024) afetam diretamente como essas tecnologias são percebidas e adotadas. Conclui-se que o sucesso da personalização algorítmica depende de sistemas que respeitam a diversidade dos usuários, sejam transparentes em suas recomendações e construam confiança por meio da competência técnica e da integridade da experiência. Ademais, contribui-se para a discussão sobre o uso ético e sustentável da inteligência artificial nos processos de consumo, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os ODS 9 e 12, ao problematizar a relação entre inovação tecnológica, comportamento do consumidor e responsabilidade digital.
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