Descrição
Palavras-chave: cirrose hepática, desnutrição, bioimpedância, antropometria
O ângulo de fase (AF) tem se mostrado um indicador de estado nutricional (EN) e pode ser usado em condições de hidratação tecidual instável, como edema e ascite presentes nos pacientes com cirrose. Dessa forma, é importante verificar se há correlação do AF com métodos de avaliação do EN, como a antropometria. O objetivo foi avaliar se há correlação entre o AF e parâmetros antropométricos utilizados na avaliação do EN de pacientes com cirrose. Estudo observacional, retrospectivo com banco de dados de um consórcio entre universidades (Nutri Hepato), incluindo indivíduos adultos e idosos com diagnóstico de cirrose em tratamento hospitalar e ambulatorial. O AF (º) foi obtido por bioimpedância. As medidas antropométricas avaliadas foram a circunferência do braço (CB, cm), dobra cutânea do tríceps (DCT, mm) e foi calculada a circunferência muscular do braço (CMB, cm). Foram coletadas informações sobre sexo, idade, etiologia, escores de gravidade da doença hepática (DH) e presença de ascite/edema. Realizou-se análises descritivas, teste de normalidade e teste de correlação de Pearson e Spearman (p<0,05). Foram avaliados 645 pacientes, 71,3% eram do sexo masculino, sendo a cirrose etanólica a principal etiologia da DH (39,8%). A presença de ascite ocorreu em 42,8% dos pacientes e 43,7% apresentaram edema. De acordo com o escore Child, 45,9% possuíam função hepática moderadamente comprometida (Child B) e o escore MELD-Na (Model for End-Stage Liver Disease – Sodium) apresentou pontuação mediana de 15 (11-19). A média de AF foi de 5,56 ±1,17º, de CB 29,41±4,7 cm e de CMB 23,75±3,17 cm e mediana de DCT 16,60 (11-24) mm para a população geral, sendo 5,67±1,19º e 5,28±1,05º de AF, 29,25±4,37 cm e 29,82±5,56 cm de CB e 24,21±2,97 cm e 22,62±3,37 cm de CMB 15 (9,30-21,63) mm e 22,66 (15,30-29) mm de DCT para homens e mulheres, respectivamente. Quando avaliado todos os pacientes, o AF apresentou correlação positiva com as variáveis de interesse, de forma moderada com CB (r=0,41; p<0,05) e CMB (r=0,43; p<0,05) e fraca com DCT (r=0,23; p<0,05). Resultados similares em homens, no qual o AF apresentou correlação moderada com CB (r=0,44; p<0,05) e com a CMB (r=0,45; p<0,05) e fraca com DCT (r=0,25; p<0,05). Nas mulheres a correlação foi moderada com a CB (r=0,48; p<0,05) e com a DCT (r=0,44; p<0,05), porém fraca com a CMB (r=0,31; p<0,05). O AF parece ser um parâmetro promissor na avaliação concomitantemente a antropometria. Neste trabalho o AF apresentou correlação positiva com CB, CMB e DCT.
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