Descrição
A cultura de amendoim (Arachys hypogaea) é muito produzida no território
brasileiro. Diante disso, uma grande quantidade de resíduos vegetais como vagem, caule
e folhas, são gerados. Tais resíduos possuem potencial de serem reaproveitados na
produção de energia, na alimentação de animais e em materiais compósitos. Este
trabalho teve como objetivo, neste contexto, avaliar a incorporação de cinzas de vagem
de amendoim em compósitos de gesso, visando um correto reaproveitamento de
resíduos e aperfeiçoamento das propriedades de compósitos de matriz de gesso. Para
tanto, as vagens foram moídas, caracterizadas físico-quimicamente e submetidas a
tratamento térmico a 300°C por 3 horas. As cinzas obtidas deste processo foram
incorporadas em compósitos através de diferentes teores de substituição em massa
(0,0%; 2,5%; 5,0%; 7,5% e 10,0%) de gesso pelas cinzas mantendo-se a relação
água:gesso de 0,6. Os corpos de prova medindo 10x10x10mm foram, então, analisados
quanto à umidade, absorção de água, densidade aparente e compressão. Os resultados
indicaram que a presença de cinzas não afetou a umidade dos compósitos, mas
aumentou sua absorção de água; isso possivelmente pode ser explicado devido ao teor
de holocelulose presente nas vagens de amendoim in natura (41,61%). Observou-se
ainda a redução da densidade aparente, tornando os compósitos mais leves, devido a
baixa densidade do resíduo (0,19g/cm³). Além disso, com relação ao teste mecânico, a
substituição de 2,5% apresentou a maior resistência a compressão dentre os corpos de
prova analisados. Desse modo, embora sejam necessários estudos complementares para
consolidar sua aplicação em larga escala, conclui-se que as cinzas de vagem de
amendoim apresentam potencial para aplicação em compósitos de gesso pois
promoveram uma maior leveza e resistência até determinados teores de substituição e
contribuem para um menor impacto ambiental no processo produtivo dos compósitos
estudados.
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