Descrição
O consumo de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) tem apresentado expansão significativa no Brasil, especialmente após sua institucionalização pelo Sistema Único de Saúde em 2006 (Brasil, 2006; Villela & Bins Ely, 2022). Internacionalmente, o termo Medicina Complementar e Alternativa (CAM) é utilizado para designar práticas que complementam o modelo biomédico tradicional (Dodds et al., 2014; Clossey et al., 2023). As PICs englobam abordagens diversas, incluindo fitoterapia, acupuntura e terapias energéticas como o Reiki. O interesse dos consumidores é motivado por fatores de atração, como a busca por terapias percebidas como holísticas, naturais e que promovem o empoderamento, além da insatisfação com o modelo convencional (Bishop et al., 2010; Dodds et al., 2014; Villela & Bins Ely, 2022).
Este estudo adotou a metodologia de meta-síntese qualitativa para integrar evidências de estudos primários sobre valor percebido, empoderamento e adesão em PIC/CAM, fundamentando-se na abordagem interpretativa pós-positivista e no protocolo metodológico rigoroso de Hoon (2013). Os resultados indicam que o valor percebido é um construto multidimensional, sustentado pela qualidade do cuidado e eficiência do tratamento, e que parcerias terapêuticas empoderadoras exercem influência positiva na adesão (Bishop et al., 2010; Dodds et al., 2014; Emmerton et al., 2012; Clossey et al., 2023). Dimensões abstratas, como o valor espiritual e o valor ético, bem como elementos ambientais relacionados ao acolhimento e relaxamento, também contribuem significativamente para o engajamento do consumidor (Dodds et al., 2018; Villela & Bins Ely, 2022). Além disso, o uso dessas práticas está associado a indicadores positivos de recuperação em saúde mental, fortalecendo o papel do empoderamento na manutenção do cuidado (Clossey et al., 2023).
Este trabalho contribui para a teoria ao condensar e aprofundar a compreensão das múltiplas dimensões do valor do consumidor em PIC/CAM, ressaltando a centralidade do empoderamento e a necessidade de uma comunicação aberta entre provedores de práticas convencionais e integrativas, visando superar desconfortos e desconfianças presentes no processo terapêutico (Emmerton et al., 2012; Clossey et al., 2023).
| Selecione a modalidade do seu trabalho | Artigo Completo |
|---|