Descrição
A crescente urbanização tem impulsionado um aumento na geração de resíduos. O lodo de esgoto, por exemplo, se apresenta como um subproduto problemático devido ao grande volume e à sua desafiadora disposição. Após tratamento para reduzir sólidos, odores, estabilizar a matéria orgânica e combater vetores, o lodo é denominado biossólido. Este biossólido pode ser aplicado ao solo, desde que cumpra os critérios microbiológicos e químicos estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 498 de 2020. A busca por práticas sustentáveis é crucial diante da sobrecarga de aterros sanitários e do alto consumo energético da incineração. Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) incentiva a reutilização do lodo como material orgânico. O lodo de esgoto é um recurso valioso para a agricultura, fornecendo nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. Também, melhorando propriedades físicas e químicas do solo, como densidade, porosidade e capacidade de retenção de água. No entanto, a presença de metais pesados e patógenos são limitações significativas. Os critérios e restrições exigidas para uso constam na Resolução CONAMA nº 498/2020. Este artigo tem como objetivo analisar as aplicações do lodo de estações de tratamento de esgoto (ETE) no solo, através de uma revisão bibliográfica. A coleta de dados foi conduzida entre abril e junho de 2025, utilizando as bases de dados Portal de Periódicos da Capes e Google Acadêmico. Foram incluídos estudos publicados entre os anos de 2018 e 2025, abrangendo tanto publicações nacionais quanto internacionais. Dentre os resultados obtidos, tem-se que além do uso direto, o lodo pode ser empregado na composição de substratos para mudas e na produção de biocarvão de lodo de esgoto (BLE). O BLE é rico em carbono e pode melhorar as propriedades do solo e a produtividade vegetal. Após a pirólise, o biocarvão é mais seguro devido à menor disponibilidade de metais pesados, sendo possível, por exemplo, a remoção total de cádmio (II). A compostagem do lodo também é uma técnica eficaz para gerar um composto homogêneo e livre de patógenos para uso agrícola. Em síntese, o aproveitamento do lodo de esgoto como biossólido, biocarvão ou substrato oferece soluções sustentáveis para a gestão de resíduos e aprimoramento da qualidade do solo.
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