Descrição
Agostinho de Hipona (354–430 d.C.), em meio a suas incertezas, foi influenciado por diferentes correntes filosóficas. Essas experiências, entretanto, tornaram-se fundamentais para sua investigação, pois a refutação de muitos de seus conceitos serviu de base para a formulação de sua teoria do conhecimento. Nesse percurso, destaca-se a obra Contra os Acadêmicos, escrita em forma de diálogo, na qual Agostinho não apenas apresenta uma crítica mais madura e consistente em comparação com seus escritos anteriores, mas também utiliza o método dialógico como instrumento de investigação em sua busca pela verdade. No âmbito dessa busca pela verdade e pela sabedoria, ganha relevância sua refutação às teses dos filósofos céticos da Nova Academia, que defendiam a impossibilidade de alcançar o conhecimento verdadeiro. A análise do texto agostiniano mostra que sua crítica ao ceticismo se concentrou em dois conceitos centrais: a verossimilhança e o probabilismo, os quais revelam a necessidade de não se admitir algo como existente sem o devido assentimento racional. Contudo, observa-se que o objetivo dos céticos, ao recorrer a esses conceitos, não era propriamente negar a existência da verdade ou da sabedoria, mas resguardar os verdadeiros ensinamentos de Platão. Assim, em Contra os Acadêmicos, Agostinho manifesta seu ideal filosófico: a aspiração à sabedoria e a inseparabilidade da busca pela verdade, que se realiza plenamente na vida feliz do indivíduo. Além disso, a crítica ao ceticismo abre espaço para a formulação de uma concepção positiva de conhecimento, fundamentada na certeza interior e no acesso à verdade imutável, noção que, mais tarde, será aprofundada em sua filosofia cristã por meio da doutrina da iluminação divina.
| Selecione a modalidade do seu trabalho | Resumo Expandido |
|---|
