Descrição
Proteínas de origem animal e vegetal apresentam diferenças estruturais e de perfil de aminoácidos, que afetam sua biodisponibilidade. Assim, a substituição entre essas fontes não deve ser considerada uma simples troca, pois pode comprometer a qualidade nutricional e desencadear reações inflamatórias, principalmente na região de intestino delgado. Mastócitos, eosinófilos e basófilos, células do sistema imune inato, que estão envolvidas em processos alérgicos, incluindo hipersensibilidades alimentares. Entre eles, os eosinófilos podem se acumular na mucosa gastrointestinal, aumentando em resposta à inflamação. A hipersensibilidade imediata, por sua vez, é comumente causada por alérgenos, como proteínas ambientais, proteínas de origem animal e compostos químicos capazes de alterar proteínas endógenas. O objetivo deste trabalho é avaliar parâmetros hematológicos associados à inflamação em cães da raça Beagle alimentados, desde o desmame até um ano de idade, com duas dietas distintas. Após completarem um ano, realizou-se a troca entre os tratamentos por um período de um mês, a fim de verificar possíveis processos inflamatórios decorrentes da nova fonte proteica oferecida. Foram utilizados 8 cães da raça Beagle, de ambos os sexos, com peso médio de 7 ± 10 kg, divididos em dois grupos por delineamento inteiramente casualizados (DIC). Cada grupo foi constituído por 4 animais. Os tratamentos consistiram em uma dieta com alimento seco extrusado convencional superpremium com aproximadamente 25% de proteína bruta (T1) e alimento seco extrusado vegano superpremium com aproximadamente 25% de proteína bruta (T2) sendo fornecidos desde o desmame. Após completarem um ano foi realizada coleta sanguínea para hemograma, em seguida realizou-se a troca dos alimentos entre os tratamentos e após um mês os exames foram recoletados para avaliação do leucograma, com foco no perfil eosinofílico. O teste estatístico utilizado foi Tukey, considerando nível de significância de 5% (p < 0,05). O leucograma mostrou que não houve diferenças significativas entre os grupos para as variáveis leucócitos, linfócitos e monócitos. Por outro lado, a contagem de eosinófilos apresentou diferença estatística, sendo superior ao grupo que consumia T2 até os doze meses. Já o grupo T2 após ser transicionado para dieta T1 não resultou em aumento da contagem de eosinófilos. Esses achados sugerem que um mês de consumo da dieta vegana pode ter estimulado uma maior resposta inflamatória associada à hipersensibilidade gastrointestinal ou à adaptação à nova dieta. Estudos futuros devem considerar o tamanho e a complexidade da proteína utilizada, bem como avaliar períodos mais longos de troca entre as dietas.
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