Descrição
Palavras-chave: Metabólitos secundários; Plantas Medicinais; Toxicidade.
A Brugmansia suaveolens (Willd.) Sweet (sinônimo: Datura suaveolens Willd.), SOLANACEAE, conhecida como trombeta-de-anjo ou saia-branca, é um arbusto ou pequena árvore, nativa da América do Sul, com flores esbranquiçadas ou amareladas, em forma de trombeta, perfumadas. O objetivo deste trabalho é revisar propriedades medicinais que têm sido pesquisadas sobre essa espécie. Para isso, foi feito um levantamento na base de dados Scopus nas áreas de bioquímica, genética, medicina, farmacologia, medicamentos e toxicologia. De 45 artigos encontrados, foram selecionados aqueles produzidos nos últimos cinco anos, totalizando 11 artigos. A espécie possui relevante histórico etnofarmacológico, sendo tradicionalmente utilizada como analgésico e no tratamento de afecções dermatológicas e gastrointestinais em comunidades da Etiópia e do Himalaia. Pesquisas científicas recentes validam essas propriedades, revelando que extratos metanólicos das folhas contêm elevados teores de compostos fenólicos (41,13 mg/g) e flavonoides (208,31 mg/g), conferindo atividade antioxidante e antibacteriana significativa. A análise fitoquímica identificou alcaloides tropânicos, como escopolamina e atropina, com ação antimicrobiana contra bactérias Gram-negativas. Inovações biotecnológicas incluem nanopartículas de prata sintetizadas dos extratos, que aumentaram em 250% a eficácia analgésica em modelos animais, além de culturas “in vitro” que otimizam a produção sustentável desses alcaloides. Isolou-se ainda o composto SUPH036-022A, com propriedades imunomoduladoras e capacidade de induzir apoptose em linhagens cancerosas. Entretanto, o uso seguro requer cautela devido a relatos de intoxicação humana grave com manifestações neurológicas e citotoxicidade demonstrada, necessitando de padronização de extratos e estudos toxicológicos. Conclui-se que os metabólitos secundários da espécie são promissores para desenvolvimento de fármacos, porém seu uso seguro demanda pesquisas futuras.
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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