Descrição
Em função dos efeitos mudanças climáticas, os eventos de seca vêm se tornando mais frequentes e intensos, comprometendo a disponibilidade e a segurança hídrica em várias regiões do país. Entre 2013 e 2015, a bacia do rio Paraopeba (BHRP) enfrentou uma das piores secas dos últimos 70 anos, resultando em níveis críticos nos reservatórios do sistema Paraopeba, que abastece 53% da população residente na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como ferramenta para gestão dos recursos hídricos, o uso do índice de secas, tais como o Standardized Precipitation Index (SPI), torna-se uma importante ferramenta para o entendimento do fenômeno. Nesse contexto, esse trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da seca para o clima futuro a partir do índice SPI sob escala temporal de 12 meses (SPI-12). Na caracterização do índice foi utilizando o software RStudio (pacote SPEI). Para avaliar os impactos futuros, foram adotados o ensemble dos modelos de modelos climáticos obtidos da coleção NEX-GDDP-CMIP6, e dois cenários derivados do CMIP6: SSP2.4-5 e SSP5.8-5. O cenário SSP2.4-5 é caracterizado como cenário tendência, enquanto o cenário SSP5.8-5 é considerado pessimista, de modo que a sociedade é fortemente dependente do uso de combustíveis fósseis. Foram avaliados os impactos das mudanças climáticas para três times slices, 2040-2060 (futuro próximo), 2061-2080 (futuro médio) e 2081-2100 (final do século). Os resultados mostraram que para os três períodos, nas condições do cenário intermediário, verifica-se uma predominância de alternância entre períodos úmidos e secos, sendo os períodos secos classificados principalmente como seca incipiente e seca severa, com exceção da década de 2080, em que se observa a ocorrência de uma seca mais prolongada e intensa. Considerando o cenário pessimista, os resultados indicaram, também pata os três períodos um aumento da intensidade e frequência de eventos de seca extremas (SPI<-2). Como o BHRP detém um papel importante para geração de energia elétrica, abastecimento urbano, centros industriais e mineração, o uso de modelos climáticos e índices de seca torna-se fundamental para compreender os efeitos das secas, considerando os efeitos das mudanças climáticas. Dessa forma, torna-se possível criar estratégias de mitigação e adaptação à ocorrência desses eventos.
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