Descrição
Diversos métodos de estimativa da evapotranspiração foram propostos nas últimas décadas, sendo o de Penman-Monteith (PM) estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como padrão de referência. No entanto, a exigência de múltiplas variáveis meteorológicas limita o uso do método em locais com escassez de séries completas, demandando métodos alternativos. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de 17 métodos alternativos ao PM para Lavras, MG. O conjunto de dados obtido refere-se ao ano de 2007 para a estação automática da Serra da Bocaina, onde estão presentes as variáveis velocidade do vento (m/s), umidade relativa (%), temperatura (ºC), radiação global (W/m2) e pressão atmosférica (hPa). Os dados de ET de referência (ETo) foram estimados com o auxílio do programa REF-ET, sendo selecionados todos os métodos de ETo, incluindo o método padrão PM. Os resultados foram analisados em gráficos 1:1 e posteriormente foram calculadas as métricas estatísticas: descritivas, correlação e o coeficiente de Camargo & Sentelhas (c). Dos métodos selecionados, apenas os métodos CIMIS Pen, FAO Pan e 1985 Harg não conseguiram ser calculados devido a ausência de variáveis meteorológicas específicas requeridas. O método PM apresentou ETo média de 2,68 mm/dia, com mínimo e máximo de 0,41 e 5,73 mm/dia, respectivamente. Todos os métodos exibiram comportamento sazonal compatível com o método PM, mesmo que métodos como 1957-Makk tenham apresentado subestimativa e métodos como 1948-Pen, FP17-Pen, FAO-24Pn tenham apresentado superestimativa. Todos os métodos apresentaram correlação positiva forte com o PM, com valores de 0,9010 a 0,9998, sendo esse último valor observado em todas as versões do PM adaptadas pela Associação Americana de Engenheiros Civis (ASCE). Para o coeficiente de Camargo & Sentelhas, as versões da ASCE juntamente com 1996-KPen, 1948-KPen e FAO-24BC apresentaram desempenho ótimo (c > 0,85) em contraste com FAO-24Rd, cujo desempenho foi classificado como péssimo (c < 0,40). Pode-se observar que métodos como 1972-KPen, 1996-KPen, Prs-Tylr e FAO-24BC apresentaram bom desempenho, embora com leve tendência à subestimação. Todavia, o uso destes modelos é aceitável, desde que haja calibração local. A regressão linear dos melhores modelos alternativos pode ser uma alternativa interessante para se chegar a um valor próximo a ETo do método PM.
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