Descrição
A produção de carvão vegetal (CV) em Minas Gerais, responsável por 88% do total brasileiro e estratégica para a siderurgia, apresenta na etapa de carbonização pontos críticos de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e vulnerabilidades sociais. Este estudo teve como objetivo elaborar o inventário de emissões em 2024 e correlacioná-lo a indicadores sociais, em alinhamento ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 da ONU. A produção estadual foi estimada em 5,88 milhões de toneladas (IBGE/PEVS 2022), ajustada pela produção de ferro-gusa. O inventário, elaborado segundo a ISO 14064-1 com fatores de emissão da literatura (32-62 g CH₄/kg) e o GWP100 do AR6 (27,2), mostrou que, nos fornos tradicionais, as emissões variaram de 5,1 a 9,9 MtCO₂e, mas caíram para 0,5-1,0 MtCO₂e com tecnologias de abatimento, evitando até 8,9 MtCO₂e. A Avaliação do Ciclo de Vida Social (ACV-S) tipo I, baseada no Subcategory Assessment Method e na PNAD Contínua (2024), evidenciou predomínio masculino, baixa escolaridade, formalização parcial, longas jornadas, baixa remuneração e elevado número de afastamentos por doenças ocupacionais, resultando em índice social “regular” de -0,75. A integração dos resultados ambientais e sociais demonstrou que sistemas mais emissores também concentram os piores indicadores sociais, configurando hotspots de dupla vulnerabilidade. Esse achado reforça a urgência de mecanismos de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV) alinhados ao Plano Estadual de Ação Climática de Minas Gerais (PLAC-MG) e ao Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). O estudo é um subsídio metodológico preliminar registrado no repositório DataCite (DOI: 10.5281/zenodo.17220438), voltado a apoiar análises integradas a política climática estadual em alinhamento a economia florestal nacional e internacional.
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