Descrição
A região sul de Moçambique vivencia um aumento acerado da agricultura não irrigada, que é intensamente afetada pela variabilidade climática local. Objetivou-se com presente trabalho, analisar a tendência na serie histórica de temperaturas máximas e mínimas na região sul de Moçambique. Foram utilizados dados mensais de temperaturas máximas e mínimas de nove estações meteorológicas, durante o período de 1993–2023, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique - INAM. O teste não-paramétrico de Mann-Kendall e o estimador de Sen foram usados para detectar tendências e quantificar sua magnitude, tanto na escala anual quanto sazonal. Os resultados indicam um aquecimento contínuo, porém espacialmente heterogêneo, com o aumento das temperaturas máximas (Tmax) mais acentuado em áreas urbanas, como Mavalane (+0,503 °C/década), em comparação com áreas rurais. Por outro lado, as tendências para as temperaturas mínimas (Tmin) apresentaram comportamentos divergentes, com destaque para o arrefecimento significativo observado na estação de Changalane (-0,604 °C/década), que contrasta com o aquecimento observado em outras localidades. A análise destaca a influência de fatores locais, como a urbanização, o uso do solo e a proximidade com o Oceano Índico, nas variações climáticas. Este estudo fornece informações fundamentais para políticas públicas e estratégias de adaptação climática, especialmente considerando a vulnerabilidade da região. Conclui-se que os fatores locais e a dinâmica da paisagem têm um papel imprescindível na modulação das tendências climáticas, gerando insights para proposição de políticas de adaptação diferenciadas de acordo com o contexto territorial.
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