Descrição
Palavras chave: carrapato-do-boi; cisteíno protease; controle alternativo
A bovinocultura sofre perdas econômicas significativas devido à infestação pelo carrapato Rhipicephalus microplus, vetor de diversos patógenos. No entanto, o controle indiscriminado a partir de acaricidas químicos tem gerado graves problemas como a seleção de linhagens resistentes e o acúmulo de resíduos no meio ambiente, levando à busca por métodos de controle alternativos e sustentáveis. A papaína é uma cisteíno protease vegetal conhecida por seu potencial anti-helmíntico. Pesquisas no campo biotecnológico envolvendo a formulação combinada entre enzimas e solventes químicos buscam uma alternativa para o desenvolvimento de novos produtos. Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito acaricida do uso combinado da papaína a 4% com diferentes solventes: glicerol, óleo mineral e óleo de soja. Para isso, fêmeas de carrapatos R. microplus ingurgitadas (n = 35) foram imersas por 10 minutos em cada tratamento. Os animais foram divididos em 5 grupos experimentais: um grupo controle exposto à água destilada, e quatro grupos de tratamento (T1-T4), tratados com papaína a 4% diluída em água destilada, papaína a 4% diluída em glicerol, papaína a 4% diluída em óleo mineral e papaína a 4% diluída em óleo de soja. Após a imersão, as fêmeas foram colocadas em placas de Petri e mantidas em estufa BOD (39±1°C) por 7 dias e ao final deste período a taxa de mortalidade foi verificada. Os resultados indicam que as formulações de papaína com óleo mineral e óleo de soja (T3 e T4) foram as mais eficazes, resultando em 100% de mortalidade dos carrapatos. Estes indivíduos apresentaram sinais de desidratação, como tegumento enegrecido e enrijecido. Em contraste, os grupos T1 (papaína 4%:água) e T2 (papaína 4%:glicerol) apresentaram baixa ou nenhuma mortalidade, sugerindo que a eficácia da papaína é significativamente potencializada pela formulação com óleos. Conclui-se que a ação acaricida das combinações utilizando a papaína 4% com óleos (mineral e de soja) foram promissoras sob as condições in vitro avaliadas. A alta eficácia atestada sugere uma nova estratégia para o controle de carrapatos, abrindo caminhos para futuros testes a campo e, para o desenvolvimento de uma solução sustentável para a bovinocultura.
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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