10 – 14 de nov. de 2025
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Utilização de antimicrobianos em propriedades produtoras de leite em Minas Gerais

11 de nov. de 2025 13:30
1h 30m
Centro de Eventos (UFLA)

Centro de Eventos

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Avenida Norte - Lavrinhas, Lavras - MG, 37200-900
Resumo Simples Ciências Veterinárias 2º Dia

Descrição

Muito se discute sobre a intensificação da produção animal com o objetivo de suprir a crescente demanda mundial de alimentos, levando ao uso cada vez mais frequente de antimicrobianos, tanto com fins terapêuticos quanto profiláticos ou como promotores de crescimento. Esse fato pode aumentar a pressão seletiva sobre bactérias, favorecendo a disseminação de microrganismos resistentes e representando uma ameaça à saúde única e à sustentabilidade da cadeia leiteira. Como maior produtor de leite do país, Minas Gerais tem papel crucial, demandando dados regionais sobre o uso de antimicrobianos para embasar estratégias de controle. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi quantificar e avaliar os riscos do uso de antimicrobianos em fazendas leiteiras de Minas Gerais, reunindo dados que apoiem práticas racionais e o enfrentamento da resistência bacteriana. Para isso, foram recolhidos frascos e anotações de tratamento com antimicrobianos em fazendas produtoras de leite do estado. Foram selecionadas 176 fazendas, de 75 municípios mineiros, com diferentes níveis de produção e fornecedoras de uma cooperativa regional. Aplicou-se um questionário para caracterizar aspectos gerais de produção das propriedades e os produtores receberam materiais para registro de tratamentos e coleta de embalagens vazias de antimicrobianos. Após três meses, as informações foram reunidas e organizadas em um banco de dados. Os resultados apresentados são preliminares, referentes ao primeiro trimestre (julho a outubro de 2024) de um projeto de um ano, com análises estatísticas descritivas. Durante o período avaliado, 171 propriedades forneceram dados completos. Destas, a maioria 48 (28,1%) produz entre 201–500 L, 74,8% é dedicada exclusivamente à produção de leite e 56,7% possuem animais mestiços. A ordenha mecânica sem bezerro ao pé é utilizada por 82,5% das propriedades, e 91,2% realizam pré e pós-dipping. A colostragem é feita de forma natural e supervisionada em 64,9% das fazendas, cura de umbigo é realizada em 98,2% e a alimentação de bezerros com leite de descarte é praticada por 77,2%. Além disso, o uso de antimicrobianos sem prescrição veterinária ocorre em 70,2% das propriedades. Entre os 105 registros de tratamento, as classes mais utilizadas foram Cefalosporinas de 3ª geração (18%), Tetraciclinas (14%) e Penicilina associada a Aminoglicosídeo (13%). A maioria dos tratamentos foi feita em vacas em lactação, com destaque para mastite e outras afecções mamárias (43%). Dos 138 produtores que entregaram os frascos, as classes mais frequentes foram Cefalosporinas de 3ª geração (15%), Penicilina + Aminoglicosídeo (14%) e Tetraciclinas (11%). Com base em preços de mercado, observou-se ainda que propriedades com produção de até 200 L/dia gastam, proporcionalmente, até nove vezes mais com antimicrobianos por litro de leite do que aquelas que produzem acima de 3000 L/dia. A partir desse cenário, os dados parciais indicam padrões alarmantes, como o uso frequente de antimicrobianos críticos, especialmente cefalosporinas de 3ª geração, muitas vezes sem prescrição veterinária. O maior gasto entre produtores de menor escala aponta para a necessidade de assistência técnica. A continuidade do estudo é essencial para embasar estratégias de uso racional e ações que beneficiem produtores, indústria, consumidores e a saúde única.

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Autor

Ana Carolina Chalfun de SantAna (UFLA)

Co-autores

Carine Rodrigues Pereira (UFLA) Elaine Maria Seles Dorneles (UFLA)

Materiais de apresentação

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