Descrição
Casca de Eucalyptus spp. como matéria-prima para a produção de Etanol 2G
Beatriz do Carmo Corrêa Lima¹, Iara Aparecida Santos e Souza2, Fábio Akira Mori¹, João Moreira Neto2
1Departamento de Ciência Florestais/DCF– Universidade Federal de Lavras (UFLA) Caixa Postal 3037 CEP 37203-202 – Lavras, MG – Brasil
2Departamento de Engenharia Química e Materiais/DQM– Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Caixa Postal 3037 CEP 37203-202 – Lavras, MG – Brasil
beatrizclima01@gmail.com,iarasouza7714@gmai.com,morif@ufla.br, joao.neto@ufla.br
Palavras-chave: pré-tratamento, deslignificação, rendimento.
A casca de Eucalyptus spp. é um resíduo lignocelulósico de alto potencial para aplicação na produção de Etanol de Segunda Geração (2G). Entretanto, sua elevada recalcitrância, decorrente da íntima associação entre os compostos químicos da parede celular, limita a conversão enzimática e fermentativa. A partir disso, é necessário submeter a biomassa a pré-tratamentos para otimizar sua conversão. Entre as alternativas, o pré-tratamento organossolve se destaca por possibilitar a deslignificação parcial ou completa da biomassa lignocelulósica, apresentando vantagens como seletividade, além da boa recuperabilidade de solventes e outras frações valorizáveis da biomassa. Com isso, esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de condições de pré-tratamento organossolve (temperatura e tempo) sobre a desestruturação da casca de Eucalyptus spp. e sua consequente eficiência na liberação de açúcares fermentescíveis por hidrólise enzimática, visando etanol de segunda geração. Os ensaios foram realizados em reator batelada (razão sólido/líquido 1:10; mistura água/etanol 50% v/v), seguindo o planejamento fatorial 2² para as variáveis tempo e temperatura. Após os pré-tratamentos, foi feita a caracterização química parcial e a avaliação do rendimento de biomassa a partir de cada ensaio. Os rendimentos das frações sólidas variaram entre 77,2% (150 °C – 30 min) e 55,7% (170 °C – 60 min), evidenciando maior severidade e solubilização de componentes estruturais em temperaturas mais altas. O teor de umidade após pré-tratamento apresentou valores entre 7,3% e 10,4%, indicando estabilidade para armazenamento e processamento subsequente. A análise de cinzas demonstrou teores entre 9,4% e 10,0%, revelando presença significativa de minerais que podem interferir na digestibilidade enzimática e no aproveitamento energético. Embora outras análises de caracterização química ainda estejam em andamento, observa-se que a redução de rendimento sólido está correlacionada à extração de lignina e hemiceluloses, favorecendo o enriquecimento relativo em holocelulose. Esses resultados confirmam que os parâmetros de tempo e temperatura do pré-tratamento organossolve afetam diretamente as características físico-químicas da biomassa, com implicações para sua aplicação em rotas de produção de bioetanol 2G.
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, ao Programa de Ciência e Tecnologia da Madeira e a Universidade Federal de Lavras.
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