Descrição
O cerrado mineiro é caracterizado por uma variedade de ambientes edafoclimáticos e de manejos de café, que resultam na variação do vigor vegetativo ao longo do tempo, influenciando o desempenho da lavoura. O sensoriamento remoto tem se consolidado como ferramenta estratégica para avaliação temporal e orientar práticas adaptativas, sobretudo no contexto das mudanças climáticas. Es trabalho analisou 21 lavouras de café a partir de uma série temporal de índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI), obtidas do satélite Sentinel-2 nos anos de 2020 a 2021, junto com atributos do solo, altitude e tipo de manejo (sequeiro e irrigado). Os dados foram agrupados com base na similaridade utilizando o algoritmo K-Means e foram analisados padrões por intermédio de estatísticas de componentes principais (PCA). Foram observados 3 grupos de vigor vegetativo, sendo o (i) estresse sazonal, caracterizado por maior instabilidade fenológica (CV = 31%), ocupando 78% das áreas de sequeiro e com maior altitude, aproximadamente 1080 metros; o (ii) resiliência moderada, que apresentou valores de NDVI intermediários e com coeficiente de variação de 19% em uma altitude de 1025 metros e, por fim, a (iii) alta performance, porém com altitude menor, com maior estabilidade intra-sazonal e manejo irrigado. A PCA indicou que os dois primeiros componentes explicam 62,6% da variância total, estruturada principalmente por manejo hídrico, altitude e fertilidade, com destaque para o potássio trocável. Conclui-se que a irrigação é o principal fator associado à estabilidade do vigor, enquanto altitude e fertilidade modulam a resiliência em lavouras de sequeiro. A abordagem proposta pode subsidiar o zoneamento de manejo específico ao local, otimizando o uso de recursos hídricos e nutricionais e contribuindo para a sustentabilidade da cafeicultura em regiões de clima sazonal.
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