Descrição
O azeite de abacate (Persea americana) é rico em ácidos graxos monoinsaturados e compostos bioativos como vitaminas E e carotenoides, que lhe confere elevado valor nutricional e estabilidade térmica. Além do uso tradicional na alimentação e na indústria de cosméticos, esse azeite tem sido estudado como matéria-prima em processos biotecnológicos avançados. Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial do azeite de abacate para bionegócios e biofábricas. Foi realizada uma revisão sistemática por meio da busca de artigos publicados entre os anos de 2015 e 2025, nas bases Scopus, Web of Science e SciELO, sendo selecionados apenas os trabalhos que apresentavam métodos de extração do azeite de abacate e sua viabilidade técnica e ou econômica. Entre os trabalhos analisados, destacam-se novos métodos de extração propostos, como o método de CO₂ supercrítico, que alcançam rendimentos semelhantes à prensagem convencional, porém com maior concentração de antioxidantes e melhor aproveitamento da fruta, reduzindo resíduos. Alguns autores destacam a viabilidade da implantação de biorrefinarias de azeite de abacate, onde além do azeite, resíduos como a casca, polpa e semente são usados para gerar produtos de valor agregado, como pectinas, biogás, fertilizantes e substrato para viveiros. Análises técnico-econômicas indicam que pequenas biorrefinarias multifuncionais, podem ser lucrativas, com retorno do investimento em poucos anos (de 6 a 7 anos) para cenários de produção conjunta do azeite e Biochar, promovendo a economia circular. Neste contexto, o bionegócio de azeite de abacate demonstra alto potencial econômico, por ser reconhecido como um ingrediente premium em alimentos funcionais e cosméticos naturais. Além disso, a crescente demanda por produtos sustentáveis têm valorizado esse tipo de cadeia produtiva, incentivando investimentos em novas tecnologias. As tecnologias emergentes de biofabricação, podem ampliar a oferta de óleos de qualidade, reduzindo a dependência de cultivos convencionais. Portanto, conclui-se que o azeite de abacate apresenta grande potencial para bionegócios, combinando alto valor agregado com viabilidade financeira e eficiência produtiva em sistemas de biofábricas multifuncionais.
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