Descrição
O acúmulo de resíduos plásticos, especialmente de embalagens, tem impulsionado a busca por alternativas sustentáveis, como a microfibrila de celulose (MFC). Embora contribua para tornar o setor de celulose e papel mais sustentável, a MFC apresenta limitações, como alta hidrofilidade e baixa barreira a gases, o que motiva pesquisas para ampliar suas aplicações. Para superar esses desafios, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da modificação de MFCs, 100% branqueadas e não branqueadas, com ácidos graxos provenientes da cera de carnaúba, em associação ao látex de borracha natural, no recobrimento de papel kraftliner. As MFCs foram submetidas à troca de solvente com acetona e modificadas em meio ácido (pH 4), sob refluxo a 100 °C por 7 horas, sendo posteriormente purificadas por centrifugação e lavagem. Em seguida, suspensões a 3% (m/m) foram misturadas a látex diluído a 30% (m/m) e homogenizadas a 4000 rpm por 10 minutos. Os recobrimentos foram produzidos em uma máquina de recobrimento, com a deposição de duas camadas, resultando em papéis com gramatura de 15 g/m². A caracterização foi realizada por meio da taxa de permeabilidade ao vapor de água (TPVA) e da permeabilidade ao vapor de água (PVA), seguindo normas técnicas. Os tratamentos com MFCs modificadas demonstraram valores de TPVA = 244,01 ± 37,57 g/m²·dia e PVA = 6,72 ± 1,1 (MFC modificada branqueada) e TPVA = 204,06 ± 12,45 g/m²·dia e PVA = 5,70 ± 0,6 (MFC modificada não branqueada), representando uma redução em comparação ao papel controle (TPVA = 1264,81 ± 45,45 g/m²·dia e PVA = 30,01 ± 1,13). Esses resultados confirmam que a modificação química das MFCs promove melhorias expressivas nas propriedades de barreira do papel kraftliner, evidenciando o potencial da tecnologia para aplicações em embalagens sustentáveis.
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