Descrição
Palavras-chave: estaquia, clonagem, resgate, enraizamento.
O Eucalyptus cloeziana F. Muell é uma espécie arbórea nativa da Austrália e foi introduzida no Brasil no início dos anos 1970. Apesar de possuir madeira de alto valor comercial, a expansão das áreas de plantio é limitada por empecilhos de propagação, uma vez que produz grandes quantidades de sementes com baixa germinação. Como alternativa, tem-se pesquisado diferentes métodos de propagação vegetativa que possam superar a dificuldade ao enraizamento adventício. O presente estudo teve como objetivo comparar o enraizamento de estacas oriundas de dez matrizes adultas de E. cloeziana originadas de um povoamento artificial. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do viveiro florestal da UFLA, onde em fevereiro de 2025 foram coletadas estacas provenientes de brotos basais de dez matrizes com 17 anos de idade. Estas foram padronizadas para o tamanho de 10 cm de comprimento e entre 0,2 e 0,3 mm de diâmetro, com dois pares de folhas reduzidas à metade. Foi utilizado o substrato comercial carolina soil composto por vermiculita e fibra de coco para preencher tubetes de 50 cm3. A assepsia das estacas foi realizada por meio de imersão em uma solução de hipoclorito de sódio (1:9, v/v) por dois minutos, posteriormente retirado o excesso usando água corrente. A região basal das estacas foi tratada com 2 g/L de AIB (ácido indolbutírico) por 30 segundos, considerando que a testemunha não houve aplicação do regulador de crescimento. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com arranjo fatorial, com 20 unidades experimentais por tratamento. O experimento foi exposto sob irrigação por microaspersão intermitente, humidade relativa do ar de 85% e temperatura média de 30°C. Foi avaliada a sobrevivência e o enraizamento das estacas a cada 30 dias, tendo o seu encerramento aos 90 dias. Não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos, observando média geral de sobrevivência de 28% e 4% de enraizamento. A sobrevivência das estacas sem AIB foi de 18% e com AIB foi de 10%. A aplicação do AIB não influenciou significativamente a porcentagem do enraizamento, onde a média dos tratamentos sem o AIB foi de 3,5% e com AIB de 0,5%. Conclui-se que o enraizamento das estacas provenientes de brotações basais de matrizes adultas de Eucalyptus cloeziana é reduzido, independentemente da aplicação ou não do AIB, tendo variado entre 0,5% com AIB e 3,5% sem AIB. Esse fato confirma a dificuldade do enraizamento adventício da espécie, o que dificulta a clonagem.
Agradecimentos: UFLA, FAPEMIG, CAPES e CNPq.
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