Descrição
Moçambique apresenta alta suscetibilidade a secas e inundações, impulsionada por sua localização geográfica e vulnerabilidades socioeconômicas. A ocorrência desses extremos climáticos tem gerado prejuízos significativos em setores estratégicos da economia, sendo agravada pela escassez de dados meteorológicos de qualidade, o que dificulta ações de monitoramento e resposta eficaz. Como alternativa, produtos de sensoriamento remoto e reanálise (SRR) de longo prazo oferecem ampla cobertura e atualização contínua, mas requerem validação regional. Este estudo avalia a precisão de quatro produtos SRR (CHIRPS, PERSIANN-CDR, MSWEP e ERA5-Land) para o monitoramento de secas meteorológicas em Moçambique, utilizando os índices SPI e SPEI na escala trimestral. Os produtos foram comparados com séries observadas de nove estações meteorológicas (1994–2023), por meio de extração ponto-pixel e análise com métricas estatísticas contínuas e categóricas. Os resultados indicam que o CHIRPS apresentou melhor desempenho geral, na análise de precipitação e secas, com os índices SPI e SPEI apresentando estatísticas de precisão satisfatórias. Embora mostre limitações na detecção de secas extremas via SPI, a identificação destes eventos melhora consideravelmente com o uso do SPEI, reforçando a relevância de incorporar o balanço hídrico atmosférico no diagnóstico desses eventos. Além disso, identificou-se que CHIRPS, MSWEP e ERA5-Land tendem a subestimar a severidade de secas severas e extremas para o caso de SPI, nestes termos os limiares ótimos determinados foram, respectivamente -1,4, -1,3, -1,21 para secas severas e -1,6, -1,43, -1,42 para secas extremas. A abordagem proposta contribui para seleção de ferramentas mais eficazes na gestão do risco climático em Moçambique.
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