Descrição
O óleo de pequi, é reconhecido pelo elevado teor de compostos bioativos, aos quais se atribuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Entretanto, a alta suscetibilidade à oxidação, especialmente quando exposto à luz e ao calor, torna indispensável o desenvolvimento de estratégias de encapsulamento. Nesse cenário, as emulsões Pickering, estabilizadas por partículas orgânicas sólidas, despontam como alternativa promissora, eficiente e sustentável. Este trabalho teve como objetivo investigar a influência do pH nas emulsões Pickering de óleo de pequi, estabilizadas por proteína de ervilha (PE) e pelo complexo PE+CMC (carboximetilcelulose). As emulsões foram preparadas com 10% de óleo de pequi e 90% fase aquosa (soluções de biopolímeros (PE:3,41% (m/v) e PE+CMC: 3,41%+0,5% (m/v)), utilizando pre-homogeneizador seguido de ultrassom de ponteira (240 W, amplitude: 70%, 3 min). As análises realizadas foram tamanho de partícula (TP) (µm), estabilidade centrífuga (EC) (%) e microscopia óptica (MO). Os resultados experimentais foram submetidos a ANOVA em delineamento inteiramento casualizado (DIC) (α=0,05) aplicado a um fatorial 5x2, sendo os fatores pH (3, 4, 5, 6 e 7), e tipo de estabilizante: PE e PE+CMC. Observou-se interação significativa entre pH e tipo de estabilizante para TP e EC. Para as emulsões com PE, os TP foram de 3,12, 3,50, 4,50, 12,00 e 5,72 µm, respectivamente para pH 3, 4, 5, 6,7. Para emulsões PE+CMC os valores de TP foram de 7,28, 4,60, 3,70, 5,50, 4,58 µm, respectivamente. Quanto à EC, as emulsões com PE apresentaram valores de 100; 54,2; 53,6; 52,6; e 100%, enquanto aquelas com PE+CMC apresentaram 32,2; 34,2; 100; 100; e 100%, para os pH 3, 4, 5, 6 e 7. As imagens de MO revelaram a formação de emulsões óleo em água (O/A). Em pH 3 e 7, as emulsões com PE mostraram boa distribuição de gotículas e estrutura visualmente estável, enquanto em pH 4, 5 e 6 ocorreu floculação. Para PE+CMC, a estabilidade visual foi observada em pH 5, 6 e 7, e floculação em pH 3 e 4. Conclui-se que o pH exerce papel na estabilidade das emulsões e evidencia o uso dos biopolímeros na encapsulação do óleo de pequi, contribuindo para formulações mais estáveis e sustentáveis.
Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro das agências CAPES, CNPq e FAPEMIG (APQ-00149-22).
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