Descrição
Este artigo investiga o potencial dos jogos e brincadeiras como conteúdos da Educação Física Escolar (EFE) a partir da categoria de experiência em Walter Benjamin. O estudo, desenvolvido com turmas do Ensino Médio Integrado do IF Sudeste - Campus Bom Sucesso, analisa portfólios discentes que documentaram vivências com diferentes manifestações da cultura corporal (queimada modificada, brincadeiras tradicionais, jogos de tabuleiro e torneio colaborativo). A fundamentação teórica dialoga com Benjamin (experiência como Erfahrung) e Bondía (pedagogia da experiência), confrontando a fragmentação da experiência na modernidade com as possibilidades educativas dos jogos. Os resultados revelam que as atividades, quando organizadas em ambientes de experimentação sem pressão performática, mas com seriedade pedagógica, permitiram: (1) a ressignificação de memórias corporais ("lembrei da minha infância brincando na rua"); (2) a integração entre dimensões afetivas, cognitivas e motoras ("trabalhei minha mente e desenvolvi minha competição"); e (3) a construção de narrativas coletivas ("a energia da torcida animou o evento"). Conclui-se que os jogos e brincadeiras, longe de serem conteúdos menores, configuram-se como dispositivos privilegiados para uma educação experiencial que resiste à lógica da informação descartável, reposicionando a EFE como espaço de formação integral.
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