Descrição
Palavras-chave: brucelose bovina; tipagem molecular; filogenia.
A brucelose bovina, causada por Brucella abortus, é uma zoonose de grande importância sanitária e econômica. A tipagem molecular precisa é essencial para estudos epidemiológicos, monitoramento de surtos e controle de doenças. Este estudo teve como objetivo caracterizar o genoma de duas cepas de B. abortus utilizando a técnica de Multilocus sequence typing (MLST21) e relacionar os resultados com a análise prévia de VNTR de múltiplos loci (MLVA16), incluindo outras cepas brasileiras já caracterizadas por esta técnica. Uma cepa (Bab147) de Minas Gerais, isolada de linfonodo em 2007, e uma cepa (Bab189) do Pará, isolada de ligamento cervical em 2008, tiveram seu DNA extraído usando o kit de extração da Roche®, após serem inativadas em laboratório de biossegurança nível 3. O sequenciamento completo do genoma foi realizado usando a plataforma Minion Nanopore (Oxford, UK). A qualidade das leituras foi avaliada com o software FastQC e os genomas foram montados com o Canu. Os scaffolds tiveram sua completude e contaminação avaliadas pelos programas Quast. Os alelos do MLST21 foram identificados usando o banco de dados PubMLST (https://pubmlst.org/). Uma análise comparativa foi realizada usando 53 genomas de linhagens previamente isoladas em vários estados brasileiros. A árvore filogenética foi realizada na plataforma Bionumerics versão 7.6. Ambas as linhagens apresentaram novos alelos exclusivos nos loci int_hyp, prpE, csdB, csdB, mviM, fumC, ddlA e mutL, com similaridade entre eles nos loci csdB e mviM. Esses novos alelos serão submetidos e depositados na plataforma PubMLST. Em relação ao MLVA16, eles também demonstraram um perfil único, tanto entre si quanto em relação às outras linhagens. A cepa Bab147 apresentou maior proximidade em MLVA16 em relação à cepa LBAB055, isolada do Rio Grande do Sul. As cepas analisadas são provenientes de diferentes estados brasileiros, o que evidencia a diversidade genética e geográfica dos isolados avaliados. A proximidade genética entre cepas originárias de diferentes regiões pode refletir padrões de circulação e transmissão que transcendem as fronteiras estaduais. Embora haja certa similaridade, os resultados indicam que os isolados representam variantes geneticamente distintas, destacando a importância da análise de caracterização epidemiológica molecular para o entendimento da diversidade genética de Brucella abortus, sempre relacionando informações como local e ano de isolamento, a fim de elucidar a variabilidade genética da espécie no Brasil.
Agradecimentos: CAPES, CNPq, FAPEMIG e UFLA.
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