Descrição
O controle tradicional de fitopatógenos se baseia no uso intensivo de agrotóxicos, com graves impactos à natureza e à saúde pública. Como alternativa sustentável, surgem os bioinsumos, compostos atóxicos, robustos e biodegradáveis. A bactéria Bacillus velezensis é um exemplo, com efeito antimicrobiano e promotor de crescimento vegetal. Para reduzir o risco de contaminação do cultivo e facilitar seu processo de produção nas propriedades rurais, pode-se utilizar substâncias de seleção no meio de cultura, como o sulfato de cobre (CuSO4). Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a mínima concentração de inibição (MCI) de CuSO4 no cultivo de B. velezensis. Para tal, preparou-se soluções de CuSO₄ (0,1 mM e 1,0 M), meio líquido Luria-Bertani (LB) com 20% glicose e meio sólido LB-ágar. A partir de estoque congelado em glicerol (10% v/v), realizou-se a semeadura em placa Petri, com incubação a 30 °C por 18 h. Uma colônia isolada foi inoculada em um tubo do tipo falcon de 50 mL com 40 mL de meio, até atingir a fase exponencial de crescimento. Parte do inóculo foi transferido para outro frasco contendo meio fresco, iniciando o cultivo com uma densidade óptica (OD, 600 nm) de 0,1. Diferentes concentrações de CuSO₄ (0,1; 1,0; 5,0; 10,0 e 100,0 mM) foram avaliadas, além da condição controle (sem o sal). O crescimento foi monitorado a cada hora por 10 h. A MCI foi determinada como a menor concentração em que há estabilização da OD, com a taxa específica de crescimento médio (µ) próxima de zero desde o início do cultivo. O crescimento apresentou inibição gradual: concentrações subinibitórias (≤ 0,1 mM) não afetaram a cinética. A concentração de 1,0 mM prolongou a fase de adaptação metabólica, mas sem alterar o crescimento exponencial. A MCI encontrada foi de 5,0 mM, dada a baixa variação na OD e µ próximo a zero, valor consistente com a sensibilidade moderada ao cobre em bactérias gram-positivas. Já as concentrações de 10,0 e 100,0 mM foram igualmente inibitórias ao crescimento celular, como esperado. O valor de MCI será utilizado como referência para a evolução adaptativa da bactéria B. velezensis ao CuSO4. Este estudo evidencia alternativas biotecnológicas sustentáveis capazes de reduzir a dependência de agrotóxicos, preservar a biodiversidade do solo e mitigar a contaminação ambiental, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)s 2, 3 e 15 da ONU.
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