Descrição
Minas Gerais ocupa posição de destaque no setor florestal brasileiro, com 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas voltadas para carvão vegetal, cavaco, celulose e móveis. A bioenergia florestal constitui um eixo estratégico da matriz energética nacional, sendo o estado responsável por aproximadamente 90% da produção de carvão vegetal, principal insumo da siderurgia. O cultivo de eucalipto assegura suprimento renovável, geração de empregos e renda, além de alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Contudo, persistem lacunas sobre os impactos sociais da atividade. O estudo aplicou a Avaliação do Ciclo de Vida Social (ACV-S), tipo I, baseada no Subcategory Assessment Method (SAM), utilizando dados da PNAD Contínua/IBGE (2024) sobre gênero, escolaridade, formalização, jornada, renda,previdência e saúde ocupacional, além de um índice agregado de desempenho social, em
escala de -4 (muito crítico) a +4 (muito favorável). Os resultados indicaram índice -0,75, classificado como regular. A análise integrada aos ODS indica avanços em Erradicação da Pobreza (ODS 1) e Saúde e Bem-Estar (ODS 3), mas revela déficits em Igualdade de Gênero (ODS 5) e Redução das Desigualdades (ODS 10). De forma desagregada,constatou-se predominância masculina (84,9%), baixa escolaridade (55,97% sem
fundamental completo), formalização parcial (60,39%), jornadas elevadas (42,89 horas semanais) e remuneração entre 1,5 e 2 salários-mínimos. Em saúde ocupacional, 42,93% dos afastamentos decorrem de doenças ligadas ao trabalho. Conclui-se que, embora o setor florestal mineiro contribua para a transição energética e a mitigação climática, ainda enfrenta barreiras sociais e estruturais que limitam sua plena contribuição ao desenvolvimento sustentável.
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